Ao anúncio de que a tarifa de lixo vai aumentar, com a aposta no tratamento de biorresíduos, o Bloco de Esquerda já assumiu oposição.
O tema esteve em foco esta semana num conselho intermunicipal da região e resulta de uma iniciativa nacional.
O Bloco de Esquerda contesta este aumento e defende um modelo alternativo em funcionamento na empresa pública Tratolixo, na área da grande Lisboa.
Nelson Peralta, candidato à Câmara de Aveiro, diz sendo um município com tarifa “cara”, Aveiro não pode voltar a onerar os cidadãos.
Lembra que o regulador vê o sector dos biorresíduos com um valor a rondar os 60 a 70 milhões de euros no país.
“Ou seja, o fluxo dos biorresíduos não é um custo, mas sim um elemento que ajuda às contas das autarquias. Em primeiro, pode ser valorizado e vendido. Em segundo, os resíduos recolhidos neste fluxo não pagam taxa de gestão de resíduos”, refere Nelson Peralta.
O Bloco não quer que Aveiro entregue este filão com “aumento de tarifa” para “potenciar lucros privados”.
Defende, em alternativa, que seja implementado um serviço público no modelo da Tratolixo (empresa 100% pública dos municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra) que usa as infraestruturas, os circuitos de recolha e os caixotes já existentes e que efetua a separação na unidade de tratamento através de sistemas óticos que detetam a cor do saco.
“Recentemente, decorreu a apreciação parlamentar do regime geral de gestão de resíduos. Foram introduzidas várias alterações positivas, uma das quais instituindo na lei os sistemas semelhantes aos da Tratolixo. Aliás, esta tratou-se de uma proposta de alteração do PSD (que contou com o voto favorável do Bloco) e que Ribau Esteves prefere ignorar em Aveiro”.