A MUBi deseja “compromisso sério” dos municípios portugueses não apenas na Semana Europeia da Mobilidade mas durante todo o ano.
A mensagem, em jeito de recado, é dado no dia de arranque da semana da mobilidade.
Para a estrutura liderada por Rui Igreja que representa coletivos pela mobilidade sustentável, esta é uma boa oportunidade para as cidades “apresentarem alternativas de mobilidade sustentável para os seus habitantes e uma excelente ocasião para os stakeholders locais se reunirem e discutirem os diferentes aspectos da mobilidade e qualidade do ar, encontrarem soluções inovadoras para reduzir o uso do automóvel e testarem novas estratégias ou medidas de planeamento urbano”.
Rui Igreja espera que a semana seja “laboratório de ensaio” para testar medidas que possam depois ser “implementadas permanentemente e que tenham um impacto real e duradouro no quotidiano das pessoas e das vivências das cidades”.
Em Portugal, cerca de 100 localidades aderiram este ano à SEM, maioritariamente com acções lúdicas e de sensibilização para a população.
Segundo a Mubi, são ações de “carácter temporário” e “descontextualizadas de qualquer plano local de mobilidade urbana sustentável”.
“Estas acções ficam aquém do que seria necessário para alterar o paradigma da mobilidade urbana, porque sabemos que as pessoas só mudarão os seus hábitos e comportamentos caso tenham condições para o fazer, nomeadamente, contando com infraestruturas seguras, facilmente acessíveis, úteis e confortáveis”.
A associação pela mobilidade nas cidades diz que o manifesto Cidades Vivas pode ajudar a cumprir uma mudança necessária nos modos de deslocação.
Rui Igreja, dirigente da MUBi, realça que “perante a crise energética e a urgência climática, é preciso que as autarquias locais e o Governo destinem menos recursos ao automóvel e proporcionem às pessoas alternativas de mobilidade mais eficientes, económicas e ambientalmente sustentáveis”.
“Como o Primeiro-Ministro repetiu há pouco mais de um mês, as cidades têm de se habituar rapidamente a viver sem o corpo estranho que tem sido o automóvel, e é na perspectiva de ensaiar e estudar medidas que conduzam a essa mudança permanente que os decisores políticos devem encarar a Semana Europeia da Mobilidade.”