Troca de recados políticos entre candidatos às próximas autárquicas em Aveiro.
Luís Souto acusa o candidato do PS de ter incendiado a Assembleia e esconder a mão e Alberto Souto responde com acusação de servilismo do presidente da Assembleia Municipal.
Endurece o discurso no rescaldo da Assembleia Municipal que aprovou o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso.
Luís Souto assumiu o voto favorável e apoio à ideia de construção de um hotel naquela área da cidade.
Cita exemplos de outros países em que projetos da mesma tipologia não são diabolizados.
“Os holandeses não são propriamente estúpidos, incultos ou destituídos de bom gosto e lá está o Sir Adam Hotel, Part of Sircle Collection. Gostar ou não gostar de um projeto urbano é perfeitamente livre e lícito”.
Luís volta atenções para o debate político e a forma como decorreu a Assembleia para acusar o PS de tentar “cavalgar” a onda do descontentamento tal como “no Rossio e na Avenida”.
“Claro que o candidato do PS quis mais uma vez cavalgar a onda, posto que o folhetim do conservatório afinal não deu em cordão humano, nem em decisões de tribunal, nada. Mas é preciso a todo o custo agitar, incitar e o clima ficou criado. O fogo estava posto e o incendiário ficou em casa comodamente, qual Nero, vendo Roma a arder, se eu tivesse permitido”.
Quanto à condução dos trabalhos admite que errou ao permitir uma inscrição de um cidadão, que se tinha inscrito fora de prazo, não permitindo que outros o tivessem feito sem pré-inscrição.
Uma troca de palavras com uma cidadã fez subir o tom.
Luís Souto diz que existe uma marca nos casos registados.
“Lamento que parte do PS que não tem assento na Assembleia instigue, caucione e seja cúmplice de verdadeiros atos de desobediência e de agitação e desordem pública. Não vale tudo, não pode valer tudo, mas os aveirenses decidirão em breve, democraticamente e com regras”.
Alberto Souto responde com a imagem do presidente da Assembleia a votar a favor do Plano de Pormenor.
Diz que é “momento triste” e que não é a fotografia de um hotel na Holanda com 60 anos que vai justificar a aceitação em Aveiro.
“O exemplo que o Luís foi buscar é totalmente falhado e anedótico: o dito prédio era a sede da Shell e foi construído nos anos setenta do século passado…Não faça de nós estúpidos, incultos ou destituídos de bom gosto”.
Alberto diz que não é contra prédio elevados mas dependendo da localização.
“Uma torre de vinte pisos pode ser uma boa solução se estiver no sítio certo. Este mostrengo de 12 está no sítio errado e por isso é uma aberração urbana”.
Por entre críticas à forma como a assembleia foi gerida, o candidato do PS diz que acusa-lo de instigar a polémica é “uma patetice”.
“Ninguém instigou ou caucionou actos de desobediência e desordem pública. Isto é mesmo uma patetice inventada. Enfim, tratar-me de Nero que ficou em casa, vendo Roma a arder é mesmo só uma ridicularia estilística. Nero destruiu uma cidade. Eu quero impedir que a destruam. Comigo este mastodonte não será construído no Cais do Paraíso”.