O Argus vai ganhar 'vida nova' enquanto Navio Museu, em seco, no Jardim Oudinot na Gafanha da Nazaré.
O plano foi revelado, esta manhã, pela Câmara de Ílhavo e pela administração da empresa Pascoal & Filhos, proprietária do antigo Lugre, entidades que acordaram a estratégia de recuperação.
Fernando Caçoilo estima em cerca de 4 milhões de euros o custo da recuperação da embarcação que está acostada no Cais Bacalhoeiro em elevado estado de degradação.
Reconhecida como um símbolo da “história portuguesa da Pesca do Bacalhau”, com predominância no que é a identidade patrimonial e histórica do Município de Ílhavo, o Argus passou pela pesca e pelo turismo e corria risco de ir parar à sucata.
A Câmara de Ílhavo espera desenvolver um projeto financiado por fundos europeus para dar um “companheiro de viagem" ao Santo André no Jardim Oudinot.
Alarga-se o percurso expositivo mas com menos custos de manutenção.
Fernando Caçoilo diz que é irrealista pensar na recuperação de Navio para o colocar a navegar. Assume ter sido inspirado pela história do Cutty Sark que é uma das atrações turísticas da cidade de Londres (com áudio)
O Argus, um Lugre com 57,54 metros, com motor e com 4 mastros de vela latina, foi construído em 1939, em Heusden, na Holanda.
Juntamente com o Creoula e o Santa Maria Manuela, fez parte do famoso trio reconhecido como “cisnes brancos” da frota bacalhoeira portuguesa.
Passou pelo setor do turismo com uma mudança de nome.
Em 2009 foi adquirido em hasta pública, em Aruba, pela empresa Pascoal & Filhos, recuperando o seu nome de batismo.
Várias personalidades e grupos tentaram mobilizar meios para a recuperação mas sem sucesso.
A parceria firmada pela autarquia com a empresa proprietária acaba por encontrar um futuro para o casco.
Fernando Caçoilo admite que o processo será "demorado e difícil" mas acredita que haverá oportunidades para garantir o financiamento. O autarca adianta que outra das apostas é a recriação de uma seca de bacalhau no terminal bacalhoeiro (com áudio)
Aníbal Paião, administrador da empresa, reconhece que os custos de uma operação para a musealização foram "considerados como parte da decisão".
Colocar o Navio em seco é uma boa alternativa que ajuda a complementar o discurso sobre a Faina Maior transmitido pelo Museu Marítimo de Ílhavo (com áudio).