Uma Câmara financeiramente saudável e pronta para os investimentos que estão a ser projetados.
É desta forma que a maioria liderada por João Campolargo fala das contas da Câmara de Ílhavo em 2022 num ano em que a subida de receitas permitiu aguentar o aumento de custos.
Depois da aprovação em reunião de Câmara e na Assembleia Municipal, a maioria independente fala do que diz ser a conquista de “importantes metas orçamentais” que terminaram no aumento do resultado líquido, na obtenção da percentagem mais elevada de execução da receita, redução do passivo e diminuição do prazo de pagamento a fornecedores agora reduzido a 13 dias.
O passivo contabilístico passou de 23.5 milhões em 2021 para 22.4 milhões em 2022 numa diminuição de 4,28%.
O Município de Ílhavo encerrou o exercício de 2022 com um resultado líquido de 4.5 milhões de euros e a taxa de execução do orçamento da receita atingiu os 99,17%, com um total arrecadado de 34.9 milhões de euros.
As receitas correntes aumentaram em 3,7 milhões de euros muito por força do aumento em 21% da receita procedente de impostos diretos.
Já as receitas de capital seguiram uma rota inversa, com redução aproximada de 3,2 milhões de euros, numa quebra associada à conclusão do anterior ciclo de financiamento comunitário.
A despesa executada foi de 28.2 milhões de euros, o que se traduz num nível de execução de 80,36%, quando em período homólogo de 2021 era de 78,91% e em 2020 de 77,38%, respetivamente.
Nas notas sobre as contas, a maioria fala do aumento da despesa corrente, agora em 20,8 milhões de euros, com subida de 2,5 milhões de euros em relação a 2021.
Evolução associada à aquisição de bens e serviços, cujo aumento ascendeu a 2,3 milhões de euros, conservação e reparação dos equipamentos municipais a que se junta o aumento de preços.
João Campolargo admite que este é o caminho traçado em tempos de aumento de custos no tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos e na evolução dos preços dos produtos energéticos e das taxas de juro com subida nos encargos financeiros.
O autarca de Ílhavo assume que foi um tempo de ajustamento a novas realidades mas que permite manter o “equilíbrio das finanças municipais”.
“Apesar do contexto marcado por uma crise económica e crise inflacionista, o Município de Ílhavo, com foco e prudência, adotou as medidas necessárias para mitigar esse impacto, colocando sempre em prática ações concretas para cumprir o seu compromisso: melhorar a qualidade de vidas das pessoas e fazer progredir o território”.
Campolargo assegura que o rigor é para manter e dessa forma conseguir ter capacidade de investimento sem depender da banca (com áudio)
Abstenção dos partidos da oposição e relatório de contas aprovado com os votos da maioria “Unir para Fazer”.
A Câmara de Ílhavo concluiu o processo de aprovação de contas com a deliberação da Assembleia Municipal na passada sexta-feira num debate sobre a capacidade de execução e as condições financeiras apresentadas pelo Município.
João Campolargo afirma a sustentabilidade da autarquia e a capacidade instalada para conseguir anos ambiciosos de investimento público mas acabou confrontado com acusações de inoperância.
Os partidos da oposição dizem que o que "sobra condições falta em ambição".
O Chega pede investimento em áreas que possam representar poupanças no médio prazo.
Sérgio Louro deu o exemplo do campo energético. E sobre políticas sociais pediu atenção especial às vagas em lares (com áudio)
Da bancada do PS ouviram-se referências à existência de um saldo de 7 milhões de euros.
Luís Leitão diz que faltou vida para além do arrecadar de receitas e acumulação de capital.
O vogal socialista lembrou que “dinheiro no banco rende juros e dinheiro na comunidade rende investimento e desenvolvimento” e criticou uma lógica de “gestão de poupança familiar” (com áudio)