Depois de uma análise mais superficial em reunião do executivo camarário de Ílhavo, os vereadores do PS passam a uma análise mais detalhada sobre relatório e contas.
Entendem que a carga fiscal continua a ser o pilar da recuperação financeira sem o devido controlo da despesa e sem atacar os “problemas estruturais do Município”.
Os eleitos socialistas olham para 2020 como ano da pandemia acusando a maioria de protagonizar um “executivo pouco dinâmico e resiliente” que “deixou evidente a sua fraca capacidade de resposta aos problemas emergentes, a sua incapacidade de lidar com uma crise, sem esquecer os desafios de sempre e o normal cumprimento da gestão corrente”.
O PS chama-lhe o ano do “poucochinho” assente em “estratégia de propaganda” que “incorporou no balanço dos ditos apoios COVID meio milhão de euros de redução de receita de impostos decidida em outubro de 2019".
"A maioria PSD sabia em outubro de 2019 que enfrentaríamos uma crise pandémica e não avisou ninguém?”.
Nas contas do PS os custos da autarquia na resposta à pandemia não ultrapassam os 700 mil euros contrastando com 1,2 milhões referidos pelo autarca no feriado municipal.
“É pouco, ademais se se tiver em conta que a paralisação da atividade municipal, alguma dela de forma injustificável, resultou em poupanças de milhões que deviam ter sido canalizadas para o combate aos efeitos sociais e económicos da crise sanitária”.
As posições assumidas ao longo do ano pela equipa de Fernando Caçoilo são criticadas pela forma “conservadora” como enfrentou a pandemia e que na leitura do PS pode ser traduzida por “postura passiva” e de “cumprimento do mínimo exigível”.
“É certo que apoiou as instituições diretamente afetadas, como as IPSS; é certo que cumpriu na execução de medidas de contingência, na compra de equipamentos de proteção individual; é certo que definiu um plano mínimo de alívio de despesas e facilitação de sobrevivência ao comércio local. Mas a Câmara falhou na execução de um verdadeiro plano de emergência. Fez pouco na sensibilização da população. Fez pouco no apoio às famílias e às associações. Fez pouco no apoio e estímulo ao comércio local, sempre ignorando as inúmeras propostas dos Vereadores do PS”.
Para os socialistas, o saldo de tesouraria funciona como “prova do algodão”.
No ano em que “os Governos se endividaram como nunca, as empresas recorreram a apoios estatais como nunca, as famílias viram rendimentos cortados como nunca; num ano em que toda a gente gastou o que tinha e o que não tinha para sobreviver, a Câmara poupou, como bem demonstram saldos de tesouraria a rondar persistentemente os 4 milhões de euros, ou a poupança de 1 milhão de euros em despesas com fornecimento de serviços de terceiros e custos com prestações sociais. Isto, num ano em que os proveitos aumentaram em mais de meio milhão de euros”.
Nuno Quiaios, do PS, tinha, em recente emissão do Discurso Direto, deixado referência às verbas para a Covid. Entende que as contas não estão a ser bem feitas (com áudio)