O PP reconhece o esforço da Câmara de Ílhavo na redução da despesa mas diz que poderia ter ido mais longe quanto à taxa de IMI que se situa em nível intermédio e deixa em aberto a possibilidade de votar contra o Orçamento. Carlos Ribau admitiu em declarações ao programa “Discurso Direto” que os encargos com a habitação estão a pesar nas famílias e poderiam merecer uma atenção especial.
“As famílias têm vindo a suportar aumento com a atualização das reavaliações do património. De um momento para o outro pagam mais”, explica Carlos Ribau que esperava mais ambição do executivo na política fiscal e ainda mais cortes na despesa.
Hugo Lacerda, do PS, sugere à autarquia que faça um levantamento sobre o número de processos fiscais em curso para perceber a dimensão que o impacto das reavaliações tem nas famílias ilhavenses.
“Tem maneira de saber qual o número de processos executivos a correr. Vão perceber neste momento a quantidade de processos que a nível fiscal correm pelas dificuldades”.
Flor Agostinho, do PSD, admite que os problemas estão aí mas lembra o peso que as autarquias têm na economia local reservando a receita do IMI como o último mecanismo de financiamento uma vez que as reduções de transferências da administração central são uma constante.
“O Estado cada vez transfere menos. O IMT vai acabar e em Ílhavo é uma receita de 1,5 milhões que se vai perder. Ou a Câmara mantém os níveis de receita através dos impostos que cobra ou o Estado vai cortar cada vez mais”, disse Flor Agostinho recordando o peso que a autarquia tem na economia como cliente e empregador.
Pedro Tavares, do BE, sublinha que a Câmara de Ílhavo deveria criar medidas de exceção para os cidadãos da Gafanha da Nazaré que estão a braços com obras na rede de saneamento, sem serviço básico, e a pagar por habitações avaliadas acima do preço de mercado.
“O PSD fala em boa saúde financeira com redução da dívida. Se há desafogo não seria de dar sinal positivo às populações e descer a taxa de IMI?”
A política fiscal recebe também críticas do PCP que vê no país um permanente emaranhado de medidas que se dizem de exceção mas que acabam por vigorar a pensar num futuro melhor que nunca chega.
“O Estado e as Câmaras são as pessoas. Não podemos trabalhar sempre numa perspetiva de futuro. As pessoas têm que ser felizes no presente. Detesto isto e toda minha vida tem sido pautada pelo ´pagar agora para amanhã termos isto melhor`. Mas agora vamos pagar isto, e é só agora, e depois vem outro e diz que é já para amanhã e o amanhã nunca chega”.