O feriado municipal de Ílhavo apresentou-se com a novidade de um movimento independente ao “leme” dos destinos do Município num dia em que foi retomado o discurso de encontrar uma data de referência para assinalar o Feriado (com áudio).
Os discursos começaram com a intervenção do presidente da Assembleia Municipal, Paulo Pinto Santos, que insiste na valorização e autonomia do órgão que lidera (com áudio).
O Social Democrata abordou o processo de descentralização de competências que diz estar longe de ser pacifico.
“Aos municípios tem sido atribuídas, de forma desregulada, funções que a administração central descartou. É disso reflexo o diminuto número de Câmaras que assumem competências em áreas nucleares. E o regresso às agendas da regionalização. O processo de regionalização, só terá sucesso se corresponder a medidas concretas que visem os cidadãos e as necessidades. Com reforço da cidadania representativa”.
O Deputado Jorge Galveias foi convidado a representar o Partido pelo Presidente da Concelhia de Ílhavo do CHEGA, Luís José, e aproveitou o momento para abordar as dificuldades dos meios de comunicação no momento em que pretende relançar os apoios aos órgãos locais.
"É uma honra para mim enquanto deputado eleito por Aveiro. Em nome do partido desejo bom trabalho”, resumiu o deputado.
Diana Gandarinho, do PS, valorizou a mudança de ciclo nas últimas autárquicas para exigir capacidade de mudança efetiva.
"Ficar limitado à continuidade de políticas anteriores será defraudar as expectativas do eleitorado. A mudança não pode ser tranquila, nunca o é. Quando trabalhamos para um futuro diferente, a disrupção acontece no agora. Exige caos. Exige fazer novo. Pois só assim o resultado será diferente. Mudar rostos não é suficiente para a fazer acontecer. Obra de último ano de mandato tem o julgamento que se viu. Se queremos trabalhar pela melhor qualidade de vida e bem-estar dos Ilhavenses é preciso agir já. A mudança é agora".
A deputada alertou para as consequências da pandemia com ameaças ao nível das desigualdades sociais.
Margarida Alves, do PSD, notou a ausência de entrega de condecorações no salão nobre.
Algo que aconteceu no passado, em pandemia, a título excecional.
“Pela primeira vez que nos recordemos, os homenageados não recebem as distinções no salão nobre. Não dignifica o dia do município”.
Reclamou méritos de sucessivas governações em 24 anos “transformando o município com qualidade de vida superior”.
“Somos um partido reformista e humanista. Seremos exigentes em representação dos que depositaram a sua confiança”.
Pediu paz no mundo e saudou os ucranianos.
“O nosso combate é contra pessoas que educam para a competição. Queremos educar para a paz. Se todos soubermos crer a paz será a mais bela conquista deste século”.
Do movimento “Unir para Fazer”, surgiu a intenção de encontrar uma data que evoque o Município de forma mais objetiva.
José Pinto Reis fez a defesa de uma data simbólica para o Feriado Municipal.
"Primeiro feriado com o movimento na gestão. Temos que refletir para que este dia seja de coesão municipal. Há datas que são referência e que poderiam ser adotadas como o dia do município”.
O discurso assentou no apelo à “unidade” e às pontes entre as diferentes comunidades.
“Ilhavenses e Gafanhões somos gente de convicções fortes. Com a generalização do ensino, hoje quase não há diferenças na escolaridade e formação. Somos um município menos desigual. E estamos presentes em todos os continentes. Onde estiver um de nós estaremos todos”.
No rescaldo de um processo eleitoral que muitos viram como o ressurgimento de “divisões” do passado, Pinto Reis não esconde que há fraturas a corrigir.
“Temos caminho a percorrer para podermos reconhecer um município coeso. Ainda não atingimos esse estádio. É necessário que todos sintam como seus os equipamentos de todas as freguesias. O Movimento é expressão dessa vontade. Precisamos de seguir sem questiúnculas do passado. Temos que fomentar o conhecimento para podermos entender que é mais o que nos une. Temos que atravessar pontes”.
O Presidente da Câmara de Ílhavo encerrou a sessão deixando vincado que a estreia de um Movimento de Cidadãos a Governçaão deve ser valorizada.
"Este feriado tem um significado especial uma vez que pela primeira vez na história é uma comemoração apoiada por um Movimento Independente. As pessoas participam ativamente na sua construção”.
Campolargo recorda que está a seis meses na liderança e que foram “seis meses de construção exigente” em busca de “um município mais justo e mais inclusivo”.
Destacou o trabalho de reestruturação de serviços internos para “simplificar e inovar”.
Como pilares da Governação apontou coesão social, economia, cultura e ambiente.
A partir de dia 1 de Outubro a Camara assume novas competências no domínio da ação social mas na saúde o autarca admite que ainda há passos a dar (com áudio).
“O processo exige transparência e rigor”.
O autarca admitiu que na educação e na saúde os valores apresentados são “inferiores ao exigido” temendo que os custos possam “colocar em causa a execução de projetos futuros”.
Trabalhar por novas áreas de implantação de empresas e atrair empresas na área da inovação tecnológica são ideias defendidas pelo autarca de Ílhavo que admitiu escassez de habitação.
“Estamos a rever as políticas de reabilitação”, admitiu no discurso.
A modernização de duas unidades de saúde e a reabilitação do espaço público da Costa Nova e Barra foram apontadas como “fundamentais para a afirmação turística”.
Foi feita a afirmação de construção de um "município positivo" com aposta em valores ambientais.
“Queremos ser município verde com aposta na descarbonização. A transição energética já começou com compra de viaturas elétricas e novos espaços de circulação pedonal e ciclável. Queremos fomentar o uso da bicicleta”.
O apelo à coesão também entrou no discurso para aliviar tensões que possam estar no ar.
“Mais do que nunca precisamos uns dos outros. Acreditamos que a missão é desafiante e inspiradora. Acreditamos no poder das coisas simples e da sementeira”.