Ílhavo: Contas aprovadas em debate sobre 4 anos de mandato.

A Assembleia Municipal de Ílhavo aprovou, por maioria, relatório de gestão e contas de 2024 e as leituras divergem quanto à capacidade de ação durante o mandato.

Ouviram-se criticas sobre "estagnação" e elogios sobre a "melhoria de indicadores". 

Foi o último debate do mandato sobre contas ao fim de quatro anos sob a liderança política do movimento independente Unir para Fazer.

A votação registou votos favoráveis da bancada da UPF e do eleito do Chega e 15 abstenções de PS e PSD  (declarações das diferentes bancadas e executivo em áudio).

Pedro Martins, do PS, fala em estagnação com taxas de execução reduzidas.

O vogal socialista admite que o principal juízo surgirá nas eleições deste ano, por parte do eleitorado, mas entende que as contas apresentam um quadro de estagnação.

Sérgio Louro, do Chega, deu voto favorável mas com avisos sobre a evolução dos custos com pessoal.

Entre 2022 e 2024, as despesas com pessoal totalizaram 31,7 milhões de euros.

Em 2024, o montante ascendeu a 11,8 milhões de euros, resultado da atualização salarial imposta por lei e do reforço da estrutura de recursos humanos.

Louro alerta para uma realidade que tem vindo a representar encargos cada vez mais elevados também devido à descentralização de competências mas adverte para o arrefecimento das receitas.

José Pinto Reis, do Unir para Fazer, destaca contas que “refletem o compromisso eleitoral”.

Faz notar a redução do endividamento e a “melhoria” de indicadores.

O vogal do UPF entende que esse quadro merece crédito mesmo por quem está na oposição.

A bancada do PSD questiona a apresentação feita pelo presidente da Câmara de Ílhavo, que procura no contraponto com os últimos anos de Fernando Caçoilo, justificar a nova dinâmica imprimida.

Flor Agostinho entende que se trata de uma forma de mascarar a realidade.

Lembra que os últimos anos de maioria Social Democrata foram anos marcados pela pandemia com o consequente abrandamento da atividade.

A autarquia destaca a redução da dívida, onde se incluem as dívidas a fornecedores e empréstimo bancário, que passou de 9,2 milhões de euros em 2021 para 3,9 milhões em 2024.

Assume que o contexto não foi fácil de gerir com agravamento da taxa de inflação mas sem penalizar os cidadãos na carga fiscal.

João Campolargo defende que o “Relatório e Contas 2024” revela “mais investimento, menos dívida e aposta no progresso sem comprometer o futuro”.

O autarca defende, ainda, os termos comparativos apresentados para explicar que falou dos últimos anos mas poderia ter falado de outros em que as diferenças seriam ainda mais acentuadas confirmando as novas políticas do movimento.

Em nota divulgada, esta manhã, o Município defendeu o que entende como “gestão financeira responsável e sustentável”.

João Campolargo fala em números esclarecedores com 40 milhões de euros de investimento em 2024.

"Este ciclo de investimentos, sem precedentes no Município, reflete a visão estratégica da Câmara Municipal para promover o desenvolvimento sustentável, a modernização das infraestruturas e a melhoria das condições de vida para todos os cidadãos, sem comprometer a preservação do seu património natural”.

Destaca a finalização de projetos e preparação de obras em escolas, centros de saúde, creche, novos arruamentos, reabilitação de equipamentos municipais e no setor da habitação e apoio ao tecido associativo.