A falta de confiança mina o poder local e só restaurando a confiança é possível reencontrar o equilíbrio para consolidar modelos de governação mais eficazes.
Albino Almeida participou no debate sobre o futuro do poder local em iniciativa que celebra o aniversário da restauração do Município de Ílhavo.
O presidente da Associação Nacional de Assembleias Municipais defende a valorização do poder deliberativo das assembleias e diz que em Municípios em que as maiorias camarárias e de assembleia são protagonizadas por forças diferentes só com a confiança e o diálogo é possível assegurar a imagem positiva do sistema.
Albino Almeida esteve na Junta da Gafanha da Nazaré em seminário sobre o poder local.
Sem falar de casos concretos não deixou de enviar recados a quem pensa que os independentes são hoje a resposta para todos os males da democracia (com áudio)
Os oradores presentes consideram que há caminho a percorrer para aprofundar modelos de descentralização.
Filipe Teles, investigador especializado no tema, defendeu que da parte académica e das organizações internacionais existem hoje orientações quanto à necessidade de adequar as respostas às características dos territórios.
O investigador conclui que não basta ser bom aluno na aplicação de fundos.
É fundamental dar liberdade para procurar respostas diferenciadoras e, dessa forma, garantir a coesão territorial (com áudio)
Ribau Esteves admitiu esse quadro ainda centralista em país que luta por se libertar de amarras.
O autarca de Aveiro considera que os extremismos florescem porque se tem perdido a capacidade de realizar e ser consequente e cumprir com o que anuncia.
Citou Manuela Ferreira Leite para dizer que Governar é um exercício que pode ser doloroso e decidir mesmo sem agradar a todos, mesmo que provoque “dor”.
Ter essa capacidade é algo que por vezes se confunde com “suspensões de democracia” (com áudio)
A Mesa da Assembleia Municipal de Ílhavo faz balanço positivo ao encontro sobre poder local.
O evento decorreu no sábado e a Mesa diz que “não poderia estar mais satisfeita” com o evento.
“A Mesa da Assembleia Municipal entende que esta iniciativa é apenas mais um passo pela manutenção da transparência, isenção e imparcialidade de uma Mesa de um órgão que acreditamos assumirá cada vez mais importância no enquadramento do Poder Local”.
A entidade organizadora ouviu críticas do movimento independente Unir para Fazer mas no rescaldo reafirma que o momento “honrou” o poder local.
“Neste evento honrámos o Poder Local e a Restauração do Concelho, sendo que, enquanto esta Mesa for Mesa, esta data assumirá este compromisso, pedindo a todos que reservem esta data, ou muito próximo desta já em 2025 para prestarmos esta homenagem ao Poder Local e à Restauração do Concelho”.
“O poder local é vital para uma governação eficaz e uma sociedade saudável, promovendo o envolvimento cívico, desenvolvimento económico, sustentabilidade e preservação da identidade cultural”.