Ílhavo: Assembleia Municipal aprova integração do saldo de gerência. Oposição crítica "falta de ambição".

A Assembleia Municipal de Ílhavo aprovou, por maioria, a Demonstração do Desempenho Orçamental e a 1.ª Revisão (alteração modificativa) para integração do Saldo de gerência de 2024.

Com a decisão agora tomada há 11,56 milhões de euros que passam a integrar o orçamento de 2025, elevando a fasquia aos 87 milhões de euros.

O valor do saldo foi justificado com os 6,8 milhões de euros em fundos comunitários garantidos, por antecipação, para projetos PRR e os 4,7 milhões de euros em verbas que resultam, por exemplo da angariação de receita.

Apesar das críticas da oposição não há votos contra nesta operação administrativa.

Registaram-se 15 abstenções de PS e PSD e 9 votos a favor da bancada do movimento Unir para Fazer e do deputado municipal do Chega.

As críticas são dirigidas aos montantes em causa que, na leitura da oposição, têm vindo a crescer e representam “falta de ambição”.

Flor Agostinho, do PSD, associa o saldo ao atraso em obras públicas.

Admite que esse arrastamento também contribui para o empolamento dos valores que transitam de um ano para o outro (com áudio)

José Pinto Reis fez a defesa da gestão da maioria.

O líder da bancada do movimento independente “Unir para Fazer” lembra que no caso dos 6,8 milhões de euros alocados a projetos PRR, as verbas chegaram com fim específico e ficam reservadas para as obras a que se destinam.

Saliente que esse rigor deixa imagem positiva (com áudio)

Luís Leitão, do PS, entende que os 11,5 milhões que transitaram de ano são espelho de uma governação “calculista” e “amedontrada” que “espera para fazer”.

O vogal socialista crítica a política de “milhões em caixa” e diz que o movimento independente bem pode pensar mudar de nome.

A maioria salienta como positiva a existência de um orçamento recorde.

O autarca de Ílhavo lembra que os saltos de gerência têm vindo a crescer desde 2013, com crescimento acentuado a partir de 2017.

Referência ao regime financeiro das autarquias locais e lei dos compromissos que veio impor a existência de recursos para a despesa que se pretende assumir.

João Campolargo entende que não é possível estar a debater a gestão da administração pública seguindo critérios do setor privado (áudio Luís Leitão e João Campolargo).