Ílhavo: 92 milhões de euros em obras não iludem João Campolargo que promete critério.

João Campolargo responde aos avisos da oposição sobre o abrandamento da atividade municipal com a previsão de investimentos no montante de mais de 90 milhões de euros nos próximos anos no Município de Ílhavo.

O autarca falava no Feriado Municipal para deixar nota do compromisso com uma nova etapa dedicada ao investimento.

E se os valores impressionam, o presidente de Câmara diz que esse investimento não resulta da aplicação de dinheiro em grandes obras mas projetos de interesse público que não deixem ónus em gerações futuras (com áudio).

Foi um discurso muito assente na análise aos 18 meses de mandato autárquico.

O autarca diz que o Executivo tem trabalhado de forma “árdua, comprometida e exigente” e com resultados para apresentar no campo da descentralização de competências.

“Foi com esta atitude que demos passos importantes no desenvolvimento da qualidade de vida”.

Para escolas anunciou 10 milhões de euros para reabilitação e uma nova escola básica na Gafanha da Encarnação e 4,2 milhões para reabilitação de unidades de saúde em Ílhavo e Gafanha da Nazaré.

“Este investimento é fulcral. Encontramos estabelecimentos em estado de conservação deficiente”.

Deixou destaque às políticas ambientais, à gestão de “património natural, museus e festivais gastronómicos” como “respostas integradas”.

Nos anúncios, o autarca destacou a realização de um estudo sobre a reabilitação e reorganização do espaço público entre a Igreja e a Junta da Gafanha da Nazaré.

E anunciou a realização de um estudo sobre mobilidade para definir “estratégia e ações concretas”.

Nas contas do autarca são mais de 90 milhões de euros de investimento previsto mas com realismo em nome de uma “Câmara sustentável”.

Com as políticas ambientais colocadas em plano de destaque, o autarca aproveitou o momento para destacar novamente a “urgência” da redução do lixo indiferenciado.

Como resumo, reafirmou a manutenção de uma política de proximidade e reclamou junto dos eleitores que decidiram a mudança para a liderança de um movimento independente que continua a “fazer história”.

Ao jeito de balanço a 18 meses de governação, e num discurso que pareceu dirigido para a base de apoiantes, disse continuar fiel ao que conduziu o movimento ao poder.

Dos partidos com assento na Assembleia Municipal ouviram-se referências ao momento enfrentado pelas associações.

Sérgio Louro, do Chega, admitiu que num concelho de tradição pesqueira há falta de âncoras.

O deputado pediu a capacitação do município para fazer aproveitamento dos novos mundos que se abrem no campo da energia ou na aquacultura.

Diz que os sinais não estão a apontar nesse sentido.

Pedro Martins, do PS, pede ambição para que se possa fazer “mais e melhor”.

Elogia o momento descentralizador que se vive no país e chamou a atenção para os desafios atuais por exemplo no campo da habitação.

Ao Município pediu arrojo para incentivar políticas que permitam satisfazer uma necessidade básica.

Fátima Teles, do PSD, manteve o tom escutado na sessão.

Diz que um Município não pode viver só da história e do passado.

Pediu arrojo nas políticas para que ninguém fique “para trás”.

E repetiu argumentos sobre a importância do reforço de apoios a IPSS e Juntas em nome de uma política com ambição (com áudio)

José Pinto Reis, do movimento independente “Unir para Fazer”, escolheu a prestação de contas para falar de uma proposta avançada há um ano.

Na altura o movimento sugeria uma reflexão sobre a data do Feriado Municipal.

Diz que participaram 510 pessoas nesse inquérito online.

Cerca de 63% manifestaram vontade de não alterar a data que se assinala na segunda-feira de Páscoa.

Assume que esses dados deixam o tema arrumado por agora respeitando-se a vontade dos cidadãos.

Para a mesa lançou outra proposta. Quer ver a Assembleia Municipal descentralizar as sessões pelas freguesias (com áudio)

 

Foto: CMI