A Câmara de Ílhavo e a Universidade de Aveiro, através do Grupo de Estudos em Território e Inovação, apresentaram esta noite, perante um auditório repleto de pessoas na Biblioteca de Ílhavo, o Plano Estratégico Municipal de Ílhavo (PEMI), para as próximas duas décadas.
As grandes áreas de intervenção, resultantes da "realização de trabalho exaustivo", retratado no documento, são a "economia, património natural, espaços urbanos, inclusão social e qualidade de vida".
Visão estratégica, áreas de intervenção, eixos e objectivos estratégicos, "fundamentam" a resposta à questão: 'Que Ílhavo queremos daqui a 20 anos?'.
O trabalho resultou de um "exercício coletivo de reflexão", como disse Fernando Caçoilo, Presidente da Câmara. "Já percebemos que, na sequência da candidatura por nós apresentada, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), que foi uma candidatura de milhões de euros, fora da CIRA, que, estes processos se baseiam em Planos Estratégicos. Era preciso um trabalho destes para evoluir com sustentabilidade. Envolvemos nisto toda a gente. Autarcas, associações, empresas, população e partidos políticos para que o PEMI fosse abrangente", disse.
Pretende-se assegurar um "modelo de desenvolvimento competitivo, atractivo e sustentável ambientalmente e demograficamente", foi dito por Eduardo Anselmo de Castro, Coordenador Científico do Plano Estratégico, que apresentou o documento em cerca de uma hora.
O professor, disse ainda, num dos momentos da sua intervenção, que "Portugal e Ílhavo, em particular, nunca tiveram tanta gente em idade de trabalhar". "A população está toda em idade de trabalhar. O que há é muito poucos jovens. A população está concentrada nos grupos em idade de trabalhar. Nunca tivemos uma população em idade activa para trabalhar tão grande como agora". A população de Ílhavo "é mais jovem do que a população média do país e bastante mais jovem que na região centro", vincou.
Relativamente ao desemprego em Portugal, realçou que o desemprego baixou mas o emprego não subiu. "Daqui a uns anos pode haver escassez de pessoas com idade para trabalhar". (com áudio)
O PEMI servirá para "qualificar o futuro de Ílhavo".
Filipe Teles, Pró-Reitor da Universidade de Aveiro, sublinhou que aos municípios nacionais "são hoje pedidas respostas diferentes". O financiamento, hoje, da actividade municipal, "é diferente do que era há 20 anos". "A incerteza relativamente aos dinheiros é o 'pão nosso de cada dia' da acção em políticas públicas. As comunidades locais são mais exigentes, as pessoas são mais educadas e sabedoras. Os municípios estão sujeitos a maior exigência na gestão, definição de políticas públicas e na resposta que dão às solicitações".
Disse ainda que os Planos Estratégicos são importantes "não por serem um conjunto de folhas que estão em cima da secretária do Presidente". Os Planos são importantes para "qualificar políticas públicas". Um Plano "tem de ter intenções, visão, vontade política, vontade democrática, aquilo que a comunidade imagina para o município daqui a 10 anos. Tem de ter objetividade e pragmatismo. É importante que se conheçam os recursos e as oportunidades do território. Não se faz um Plano Estratégico apenas com intenções. Um território só é o que pretende ser se tiver os recursos para o ser", disse.
O PEMI estará, no início da próxima semana, disponível no site da autarquia ilhavense.
Os 'eixos' definidos pelo PEMI são: Revitalização Urbana, Cultura e Criatividade, Ílhavo Inteligente, Ílhavo Inclusivo, Parque Central de Ílhavo, Mar e Ria, Turismo de Futuro, Valorização de Capital Humano, Economia mais Competitiva, Ílhavo e o Porto de Aveiro.