O deputado do PSD Amadeu Albergaria defendeu no Parlamento que o ano letivo prestes a chegar ao fim “poderia ter corrido muito melhor”. Falando numa interpelação ao ministro da Educação, o parlamentar social democrata acusou o governante de não apresentar trabalho que possa ser aplaudido pelos portugueses.
“O senhor ministro pode ser aqui aplaudido pela esquerda que atualmente suporta este governo, mas não será aplaudido pelos portugueses pois o preço que irão pagar pelo desnorte, pela prepotência e pela arrogância será demasiado alto” – referiu, na ocasião, Amadeu Albergaria, sublinhando que “o ano letivo 2015-16 começou bem e previsivelmente terminaria muito bem”, não fora a atuação do governante.
Amadeu Albergaria explanou as razões pelos quais, na sua opinião, o ano letivo não correu bem: “não correu pior porque o sistema educativo é resiliente, porque temos diretores, professores e funcionários dedicados; não correu pior porque grande parte dos efeitos das decisões imponderadas, dos retrocessos, da precipitação, da infundamentada ansia de arrasar e da obsessão de “desconstrução construtiva”, só serão sentidas no próximo ano letivo; não correu muito pior porque as comunidades educativas centram a sua ação e preocupação no que realmente importa, garantir que todos os alunos tenham uma educação de qualidade, capaz de alavancar não só os projetos de vida de cada um, mas também o desenvolvimento social, cultural e económico do país”.
“O ano letivo não correu bem para a tranquilidade das famílias, não correu bem para a organização do sistema e não correu bem para o futuro da educação” – atirou o deputado do PSD, acusando Tiago Brandão Rodrigues de ter “abdicado de ser o ministro da educação”.
Para Amadeu Albergaria, o ministro “opta por ignorar, opta por ver mas não olhar, opta por ouvir mas não escutar, opta pela imprevisibilidade, opta por criar instabilidade ao invés de promover confiança, opta por retroceder ao invés de avançar”. Na sua intervenção no plenário, o parlamentar social democrata, dirigindo-se ao ministro, sustentou que “é pela ação e pelos factos, e não pelos discursos redondos e datados com nos brinda, que o PSD avalia a sua atuação, uma atuação desastrosa, imponderada, atabalhoada que a cada despacho ou intervenção acumula tropeções mal disfarçados sob chavões mediaticamente apelativas”.
“Ouviu os autarcas? Não! Ouviu os conselhos municipais de educação? Não! Ouviu os diretores destas escolas, os pais, os professores? Não! Fez um estudo sério sobre a rede? Não! Não, não e não. O não prepotente, arrogante, desinformado. Que coloca famílias contra famílias, escolas contra escolas, que interrompe percursos educativos, o não que causa despedimentos e destabiliza alunos que estão em exames” – enfatizou Amadeu Albergaria.