O antigo Presidente da República, Mário Soares, morreu este sábado, 7 de janeiro de 2017, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde esteve internado.
Fundadores do Partido Socialista, Mário Soares é considerado personalidade de referência de Portugal na segunda metade do século XXI e tem hoje referências de “capa” nas edições online dos principais jornais mundiais, em particular nos jornais franceses e espanhóis.
Foi Primeiro-Ministro em vários momentos, Ministro em diferentes Governos e Presidente da República Portuguesa em dois mandatos.
Fica como o político que deu início ao processo de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia e que subscreveu o Tratado de Adesão à CEE.
Viveu no exílio em França e resistente à ditadura do Estado Novo tendo papel ativo na organização da Oposição democrática ao salazarismo.
Ali desenvolveu relações com figuras como Francois Mitterrand.
Regressou de França três dias depois da revolução de 25 Abril de 1974, tendo chegado à estação de Santa Apolónia, em Lisboa, no Sud-Express, o “comboio da liberdade”.
Foi preso pela polícia política do Estado Novo e chegou a estar deportado em África.
Figura que motivou grandes discussões pelas prestações enquanto Primeiro-Ministro ficou associado à chamada do FMI.
Era considerado um “socialista moderno” e que olhava para a estatização da economia como prenúncio de “marasmo e à penúria."
Filipe Neto Brandão, deputado eleito pelo PS, confessa admiração pelo percurso influenciado desde cedo pela figura de Mário Soares.
“A História do século XX português ficará indiscutivelmente marcada, do lado da trincheira dos que lutaram pela Liberdade, pela personalidade de Mário Soares. Contar-me-ei, seguramente, entre aqueles a quem o exemplo do seu combate marcou de forma indelével”.
A líder do CDS, Assunção Cristas, de visita à cidade de Aveiro assumiu o pesar pessoal e institucional mesmo que em muitos momentos defendessem princípios divergentes.
"O CDS, independentemente das divergências durante estes anos reconhece o papel indeclinável que o dr. Mário Soares teve na construção de uma democracia pluripartidária, especialmente ao mostrar o seu carater e força no momento em que havia risco de deriva da esquerda totalitária".