'Cabelos Brancos' afirma-se como Festival para toda a comunidade.

O Festival Cabelos Brancos, que decorreu nos dias 20 e 21 de setembro, maioritariamente no Jardim Henriqueta Maia, em Ílhavo, deixou um sentimento de grande satisfação na Câmara Municipal de Ílhavo, pelo crescimento contínuo que este evento tem registado de ano para ano, não só em termos quantitativos, mas também ao nível qualitativo.

Ainda que o nome “Cabelos Brancos” possa remeter, sobretudo, para o público sénior, a edição 2024 afirmou este festival como um evento feito pelos mais velhos, mas dirigido a toda a comunidade. Durante os dois dias, o festival conseguiu unir, no Jardim Henriqueta Maia, público de diferentes gerações – algo que se pôde verificar em momentos como o concerto “Para Sempre Marco” (homenagem ao Marco Paulo) e os DJ Sets de Nuno Nolasco e de Maria Vai Com Todas. Nota ainda para o crescente interesse que este festival tem despertado entre o público de outros municípios.

O envolvimento, a alegria e o empenho que a comunidade mais velha investe na construção do Festival Cabelos Brancos é, ainda, motivo de orgulho e de satisfação para o Município de Ílhavo. Tudo isso é visível no resultado final do evento – na cenografia deram uma nova vida a um conjunto de móveis (com o cunho Vintage Lovers); bordaram tote bags e tricotaram suportes para copos; criaram ilustrações para o programa em papel; e cerca de 50 pessoas participaram no Coro da Memória, um projeto de comunidade que iniciou em 2022, e que, devido às condições climatéricas adversas, viu a sua atuação no Festival Cabelos Brancos adiada para data a anunciar brevemente.

Da edição 2024 destaque ainda para as três sessões esgotadas do espetáculo “Feliz Aniversário”, com João Baião, na Casa da Cultura de Ílhavo; o regresso ao palco de Adelaide Ferreira; as várias visitas à Quinta Joana Maluca esgotadas; e a aposta (ganha) no cinema, com salas sempre esgotadas.

Em conjugação com o ambiente de festa, no Festival Cabelos Brancos houve, ainda, espaço para momentos de reflexão e de debate, sobre temas inerentes ao envelhecimento – algo que aconteceu após a exibição de dois filmes, com conversas enriquecedoras. Na sexta-feira foi anunciado o vencedor do Concurso de Curtas-Metragens – David Maurício – que, este ano, tem como tema “a morte” e, na mesma noite, foi apresentado o filme “Rosa Fogo”, de Tiago Melo, que aborda o “desassossego” de Rosa Labrincha. No sábado foi exibido o filme “Mãe”, de João Brás, a propósito do Dia do Alzheimer. A reflexão foi, também, a palavra de ordem na conversa “Desassossego VS Envelhecimento”, com João Baião e Michelle Cascais, que decorreu no sábado.