Rui Soares Carneiro responde, pela primeira vez, à retirada de confiança política por parte da concelhia de Aveiro do Partido Socialista e às críticas dirigidas por Alberto Souto Miranda.
O vereador, eleito pelo PS, acusado de patrocinar vias alternativas à candidatura Socialista em Cacia e de não declarar apoio à candidatura de Alberto Souto Miranda diz estar a ser vítima de ódios pessoais transformados em ódios políticos.
Na resposta às acusações, o vereador refuta que tenha exposto a existência de contestação interna na escolha de qualquer candidato do PS, rejeita comentários sobre qualquer candidato, nega ter participado em reuniões de conspiração partidária ou patrocínio de candidatura independente, desmente ter recebido convites para candidaturas fora da esfera do PS e afirma que nunca reuniu nem solicitou apoio formal ou institucional a qualquer partido para suportar uma candidatura.
Depois de ouvir críticas de Alberto Souto que pareciam encaminhadas à sua figura, Rui Soares Carneiro devolve na mesma moeda.
Sem colocar nomes, diz que há quem esteja a tentar “fazer-se notar”.
“Infelizmente, há quem procure fazer-se notar à custa de outros, mesmo quando se trata de alguém que, durante a última década, foi sistematicamente descredibilizado, desmentido e contestado pelo PS em Aveiro, e que agora aparece a gozar de um alegado aval de confiança por parte de quem alimenta narrativas sem fundamento”.
Rui Carneiro aponta ainda o dedo ao Secretariado do PS Aveiro por não ter percebido o teor das suas declarações quanto à falta de uma “posição clara de apoio à candidatura do PS à Câmara Municipal de Aveiro”.
Diz que as suas declarações sobre conhecimento de programas eleitorais, antes de decisões, visava atrair o eleitorado de outras áreas políticas.
“Não percebendo os responsáveis partidários que é necessário estimular aqueles que possam ter um cartão de militante ou simpatia política diferente, já que a base eleitoral histórica do PS em Aveiro não chega para ganhar eleições. É igualmente importante olhar para todas as pessoas que compõem as listas, porque nenhum cabeça-de-lista vence sozinho: precisa de uma equipa com quem os eleitores se identifiquem. E, finalmente, muitos cidadãos fazem depender o seu apoio do conteúdo do programa eleitoral final — é ele que define as políticas públicas e os projetos que devem fazer sonhar e mobilizar os eleitores para o voto”.
Acusa o PS de tomar decisões sem ouvir o que tinha para dizer e de estar a ser vítima de uma forma de ser e de estar aberta e sujeita aos caprichos da política.
“Esta forma de estar e de agir, sabia eu à partida – e sei melhor agora - que me traria mais exposição, e com ela, critica. Só não previa que grande parte dessa crítica viesse precisamente de onde tem vindo, com manobras de bastidores que visam um único alvo e um único objetivo. É um problema quando ódios de estimação pessoais se transformam em ódios políticos, porque eles tendem a resvalar para o público, mas esse foi o objetivo último de meia dúzia que sempre contestaram uma determinada forma de ser e de estar. E nada teria contra isso, não resultasse tal postura em prejuízo para o partido — e, principalmente, para os próprios envolvidos —, nomeadamente quando se lançam tiros de pólvora seca em público, mas internamente se continua a aguardar pela consequência de tais incumprimentos dos estatutos”.