Aveiro: “Que presidente de concelhia de um partido político não assume 2 mandatos autárquicos em que o seu partido esteve no poder?” - Paula Urbano (PS).

O PS de Aveiro responde às críticas do PSD sobre a herança socialista e diz que ao fim de duas décadas sobre o final da governação socialista os sociais democratas continuam a querer ignorar as suas próprias responsabilidades.

“Completam-se em breve 25 anos que o PS iniciou o último mandato na Câmara de Aveiro. Um quarto de século parece tempo suficiente para que a maioria PSD/CDS se preocupe mais com o que ela própria fez ou poderia ter feito”.

A estrutura socialista aveirense afirma surpresa por ver a concelhia PSD “ignorar” os 8 anos de mandatos em que suportou a liderança de Élio Maia.

“A longevidade da dívida e da conversa sobre esta é bem o sinal de um hiato de incompetência autárquica que esta maioria varre para debaixo do tapete. Teria sido bem menos penoso para os aveirenses se a gestão autárquica tivesse tido a qualidade que se impunha”.

Paula Urbano questiona mesmo o atual PSD sobre a forma como se relaciona com o seu passado na autarquia.

“Que presidente de concelhia de um partido político não assume 2 mandatos autárquicos em que o seu partido esteve no poder?”

O PS insiste que os auto-elogios à governação de Ribau Esteves e a necessidade de voltar de forma recorrente ao passado fazem parte da estratégia para camuflar a falta de mudanças estruturais.

Dá como exemplo um dos argumentos apresentados na “defesa” do PSD quando se referiu ao investimento em habitação.

“Investir 8,5 milhões de euros de fundos comunitários em habitação social, que estavam, aliás, pré-definidos em programa específico, compara muito pobremente com a despesa de 20,5 milhões no terreiro e estacionamento do Rossio (que até, foi afirmado, nem seria feito se custasse mais do que 4,5 milhões)”, sublinha Paula Urbano para contestar o exercício do PSD.

Salienta, ainda, que continua a faltar uma mudança estrutural ao nível da mobilidade suave.

“O PSD em Aveiro faz mobilidade suave enquanto reforça todas as condições para fazer o seu contrário, ou não fosse o seu legado mais visível o estradismo (tão necessário porque estruturalmente nada mudou) e o reforço do seu mote, não esquecido pelo PS, de que «Nós, em Aveiro, somos pró carro»”.

Critica a entrega da gestão de estacionamento subterrâneo a privados por considerar que poderia ser peça importante da gestão da mobilidade urbana.

E quanto às críticas do PSD pelo voto contra o Programa Municipal de Desenvolvimento Habitacional, o PS assume a decisão e crítica o que entende ser a falta de estratégia para o setor.

“Sem uma Estratégia Local de Habitação, em Aveiro, as famílias carenciadas não podem beneficiar dos fundos do 1º Direito e, convém sublinhar, perante uma necessidade de 1000 fogos identificada no referido Programa, a autarquia propõe-se abrir um concurso para atribuir 70 casas a famílias carenciadas”.

A troca de comunicados entre concelhias não deixou passar em claro as referências ao tema da corrupção com o PS a lamentar a colagem feita pelos social democratas ao tema sempre que fala da herança.

O PS vê como “chocante” a “insidiosa tentativa” da Aliança Democrática de “tentar associar (numa mesma frase) a gestão do PS e o que apelidam de erradicação da corrupção”.

“O PS demarca-se da insinuação, mas exige que, de uma vez por todas, e para esclarecimento coletivo sejam documentados os procedimentos e os resultados dessa ação que o PSD propala”.