PSD e PP viabilizaram, esta noite, uma moção que contesta a “falta de ação” do Governo PS em Aveiro.
Os proponentes, partidos da Aliança com Aveiro que suporta a maioria no Município, dizem que tomaram a iniciativa para fazer balanço ao trabalho mas a oposição contestou e vê apenas "número político".
A ampliação do hospital, a unidade de saúde em Nossa Senhora de Fátima, a requalificação do centro de saúde de Aveiro, do Conservatório e da escola de São Bernardo, a cidade judicial para integrar tribunais dispersos, a estrada nacional entre Torreira e São Jacinto, conservação de habitação no Caião e no Griné e cedência de terrenos da antiga lota são temas fortes da moção.
Os partidos da maoria falam em “tristeza e pesar” pela “inação.
“Há real passivo”, disse Manuel Prior enquanto porta-voz da bancada do PSD na leitura da moção.
Rui Alvarenga, do PAN, disse ter dificuldades para entender esta iniciativa.
“Em quatro anos não vi um contributo para debater ideias originais vossas para ultrapassar algumas questões. Concordamos com os pontos tocados mas que os deputados digam que iniciativas tiveram para resolver estas matérias. E o que pensam fazer com esta moçaõ”.
David Silva, do PCP, questiona as intenções.
“Isto é para levar a sério ou é mais um número político para desresponsabilizar governos do PSD e do CDS em questões como as portagens e o desmantelamento da linha do Vouga?”, questionou o deputado comunista que apontou aos desentendimentos no seio do PSD faltas de comunicação com os deputados para defender os interesses da região.
“Tristeza e pesar por este número de politica seletiva”.
Rita Batista, do BE, lamentou que o ataque sobre habitação surja na terceira sessão da Assembleia quando na primeira foi contestada a iniciativa do Governo sobre habitação.
“Ainda assim estamos dispostos a aprovar a moção se o título for o que é mas se incluir também os deputados do PSD e do CDS”.
Jorge Greno, do CDS, lamentou a abordagem da “esquerda”.
“Partidos que apoiam o Governo não devem vir com demagogia e mentira. O que está na proposta é realidade”.
Neto Brandão, do PS, defendeu o Governo mesmo sabendo que a moção seria aprovada pela maioria.
“Esta moção é um texto de cariz eleitoralista redigido de forma indigente. Sabemos que a moção vai ser aprovada mas não deveria ser colocada aqui. O passivo deve imputar-se em primeiro lugar ao PSD e ao CDS. Na saúde nunca o SNS teve tantos meios. Como justificar o voto de pesar? A Ministra da Coesão já disse que vai haver meios para ampliar o hospital. A despesa a financiar pelo PRR tem que estar executada até 2026. É mais do que temerário pensar que a obra está feita até 2026. Tremos é que estar unidos para alcançar objetivos”, justificou Neto Brandão que abordou a questão da justiça para dizer que é necessário descobrir espaços novos que não as instalações do antigo Governo Civil.
“Sobre a linha do Vouga é risível porque o PSD e o CDS tinham decretado o fim da linha. Acusam agora quem se prepara para investir 100 milhões na modernização. Quem apontam um dedo ao outro tem três voltados para si”.
Ribau Esteves pediu ponto de situação e luta e recusou “resenhas históricas” numa referência à intervenção de Neto Brandão.
“É ao Governo que temos de cobrar”, disse o autarca que destacou a questão do hospital.
“Há tempo para fazer o hospital até 2026 se a matéria projeto vier para a nossa mão. Se for no quadro político existente nem em 60 anos teremos ampliação”.
O autarca foi crítico nos setores da educação e da saúde.
“Quanto a saúde e escolas estamos a zero. Nos tribunais estão a trabalhar numa nova frente e hoje terá sido realizada uma visita de trabalho à cidade. O Tribunal de Família pode ir para o antigo Governo Civil imediatamente e precisamos de decisões para uma nova estrutura. Quanto à habitação social reunimos esta semana com o presidente do IHRU. Estamos de acordo quanto aos princípios mas há que estudar a implantação de habitação para arrendamento. Na descentralização de áreas portuárias o que se passa é uma vergonha nacional. Acho que está tudo pendurado nas finanças”.
“Só vejo ideias e promessas”, resumiu o autarca.
A proposta passou com votos faviráveis do PSD e do PP e votos contra de PS, PAN, BE e PCP.