O PCP afirma que a AveiroBus estará a incorrer em crime se decidir filmar o trabalhador no seu posto de trabalho. É a reação da célula do PCP na empresa á instalação de câmeras de filmar a registar todo o trabalho que realizam ao conduzir os autocarros da empresa.
“Tal manobra é ilegal, uma vez que o direito à privacidade é um dos mais básicos consagrados na legislação e não são poucos os casos em que empresas tentaram e não tiveram sucesso em imposições deste tipo”.
Os trabalhadores afirmam que mesmo que se queira invocar o argumento da segurança de pessoas e bens, a ação é “despropositada” num contexto em que “não há qualquer ocorrência que o justifique, já que não se conhecem casos de assaltos ou violência de nenhuma ordem”.
O PCP relembra que há casos excepcionais em que a lei permite a instalação deste tipo de dispositivo, mas que isso carece não apenas de justificação como de um parecer da Comissão Nacional da Protecção de Dados e do aviso aos trabalhadores.
Relembra, ainda, que se as operadoras de transporte estivessem “realmente” preocupadas com a segurança dos motoristas e dos passageiros, “não teriam feito dos motoristas agentes únicos, que além de conduzir os veículos, cobram bilhetes e ainda monitorizam o que se passa com os passageiros”.
“Além da manifesta ilegalidade, esta é mais uma manobra de assédio aos trabalhadores, criando mais tensão e desgaste dentro da empresa. Seria mais útil que a administração gastasse as suas energias a atender às justas reivindicações dos trabalhadores quando exigem horários que permitam compatibilizar a vida profissional com a familiar, bem como remunerações mais justas para a responsabilidade do trabalho que executam”.