A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) deu por concluída, esta segunda-feira, dia 16 de novembro, "com enorme sucesso", o projeto pioneiro na Europa, 'LIFE PAYT'.
Uma experiência piloto na Urbanização da Forca Vouga que teve como objetivo testar um protótipo de contentor de superfície de uso coletivo, com controlo de acesso, para a deposição de resíduos urbanos indiferenciados.
Foi alvo de sucessivas críticas de coletivos ambientais, nomeadamente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, que criticou o que entendia ser a falta de envolvimento de cidadãos residentes para um sistema de acesso com "chave" aos contentores.
Os utilizadores domésticos e não-domésticos da área piloto, para depositarem os seus resíduos, tinham que utilizar um cartão PAYT (pay as you throw) com chip, individual para cada produtor de resíduos e que o identificava perante o sistema, com o qual abriam o contentor.
Por cada abertura do contentor eram contabilizados 30 litros de resíduos urbanos indiferenciados produzidos (modelo PAYT por volume).
O projeto 'LIFE PAYT' permitiu perceber, segundo a autarquia, que o sistema de hardware/software desenvolvido "necessita de ser melhorado, enquanto que o contentor protótipo, pese embora o seu melhoramento ao longo do estudo, demonstra ainda algumas fragilidades, que serão agora estudadas".
O Presidente da Câmara Municipal de Aveiro refere que “em termos globais foi o um projeto muito desafiante, como se espera de uma ação pioneira, mas também de enorme sucesso, porque Aveiro volta a dar um contributo muito importante no desenvolvimento da Cidadania e das Inovações Tecnológicas e Sociais ao nível Europeu, como nos é característico e isso só nos pode deixar satisfeitos”, referiu.
O autarca falou ainda sobre as falhas do projeto sublinhando que “é normal acontecer, porque se trata de um projeto-piloto".
"Aliás as nossas dificuldades foram as mesmas sentidas por outros Municípios Portugueses e Europeus. O que devemos sublinhar é o facto de estarmos na linha da frente para a União Europeia, como Cidade, Município e Sociedade, para testar este tipo de soluções".
Uma experiência que classifica como útil no contexto europeu.
"A Europa confia em Aveiro para testar soluções universais e teremos vários desafios Europeus na área dos resíduos urbanos e biorresíduos que iremos ter que cumprir a médio e longo prazo e que certamente só iremos conseguir com um espírito de cooperação e de responsabilidade social, sabendo que alguns deles integram a mudança de hábitos, práticas e comportamentos dos Cidadãos, que exigem tempo e determinação, de forma a que a evolução positiva que temos conseguido na gestão de resíduos urbanos no Município de Aveiro, continue no futuro próximo”, concluiu Ribau Esteves.
A aferição dos dados provenientes dos resíduos depositados pelos moradores e comerciantes da área piloto durante os meses de setembro a novembro de 2020, período em que também se avançou com uma segunda ação de formação em compostagem doméstica, será alvo de análise, com divulgação em tempo oportuno.
O LIFE PAYT levou a CMA a aprofundar os seus estudos e conhecimentos sobre esta matéria no âmbito da iniciativa Aveiro Tech City, com a 1.ª edição do Aveiro Urban Challenges destinado a startups, scaleups e instituições de I&D, e que premiou as melhores ideias e soluções destinadas à resolução de desafios urbanos na área do ambiente, energia e mobilidade.
Já este ano, no Techdays Aveiro a CMA apresentou à comunidade a solução Smart Biowaste, um produto da empresa 2bWebConnect desenvolvido com a mentoria da Veolia Portugal.
Este novo protótipo de contentor com controlo de acessos será brevemente testado na Cidade de Aveiro, em ambiente real.
Trata-se de um novo contentor de superfície de uso coletivo, para a deposição seletiva de biorresíduos, com controlo de acessos, que pesa os resíduos depositados por cada utilizador, recompensando-o pelas suas boas práticas ambientais, ou seja um modelo RAYT (receive as you throw) por peso.
Com este contentor não será necessário um cartão de acesso mas sim um código, que poderá ser fixo ou instantaneamente gerado por uma App para telemóvel, bem como não existe uma tômbola para depositar os resíduos porque a tampa do contentor abre na sua totalidade.
Durante a exposição deste novo equipamento o feedback do público foi considerado "muito positivo". A fácil interação do contentor com a APP é o ponto-chave.