A Câmara de Aveiro reforça o apelo à participação dos cidadãos na fase de execução do projeto de qualificação urbana do Rossio e o PS diz que a reflexão já deveria estar na rua há dois anos.
Depois da escolha da ideia base que preside ao trabalho muitas foram as críticas vindas a público centradas na “aridez” do projeto e na criação de um espaço para eventos mais do que espaço de usufruto e lazer diário para os cidadãos.
“A Câmara Municipal de Aveiro está a desenvolver este projeto, como faz com todos, de forma aberta e participada, estando disponível para receber contributos de quem o entenda por bem fazer, o que desde já agradecemos”.
A área de intervenção integra as Pontes, a Ponte-Praça General Humberto Delgado, a Rua João Mendonça e o Rossio até à nova Ponte de São João, incluindo as Ruas João Afonso de Aveio e Adelino Amaro da Costa.
A autarquia assumiu a opção política de dar à Cidade de Aveiro uma “Praça Urbana de elevada qualidade”, que conjugue um espaço livre e grande para a realização de eventos e para espaço de encontro das Pessoas. Diz que pretende também condicionar a circulação automóvel e valorizar o património.
As primeiras reações criticaram precisamente a amplitude da praça em detrimento dos espaços verdes e de convívio e as participações públicas estão a ser estimuladas como forma de tentar “ajustar” o processo.
No centro das críticas passou a estar o caderno de encargos do concurso de ideias que poderá ter “limitado” as opções sem “atender aos anseios” da população.
Manuel Oliveira de Sousa, presidente da concelhia socialista de Aveiro, afirma que o debate poderia estar em curso há dois anos quando os projetos Peduca começaram a ser falados.
“O debate impôs-se depois de meticulosa perseverança. E já obriga a explicações, comunicados, esclarecimentos. Não espanta que esta ação (tardia e reacionária) conduza à tradicional propaganda com uma panóplia de coisas que poderá chegar, sabe-se lá, ao folheto porta-a-porta, às visitas guiadas, ao faz de conta que se está a ouvir. O Rossio já não é apenas uma praça, uma bandeira, um projeto de projeto, é a voz da revolta democrática dos aveirenses e de todos os que gostam de Aveiro; de todos os exigem respeito pelo património coletivo em todas as suas dimensões”.