Há duas listas na corrida à liderança do Bloco de Esquerda de Aveiro. A Lista A “Crescer para Transformar” conta com parte dos elementos que atualmente compõem a estrutura. António Neto, João Moniz, Raquel Wilson, Nelson Peralta, Virgínia Matos, Rita Baptista e Dilan Granjo estão na lista que assume “linha de continuidade” com o trabalho desenvolvido pela Comissão Coordenadora Concelhia.
Lembra que o Bloco obteve o seu melhor resultado eleitoral de sempre em autárquicas em Aveiro com a passagem de 2 representantes para a eleição de 7 (2 na Assembleia Municipal e vogais nas Assembleias de Freguesia de Cacia, Eixo e Eirol, Esgueira, Glória e Vera Cruz e Santa Joana).
E desse “capital de confiança” quer passar para a manutenção de uma linha contra a “política de austeridade” em Aveiro. Continua a defender que Ribau Esteves “representa em Aveiro o tempo velho e ultrapassado”.
Mantém as mesmas bandeiras em temas fraturantes e diz que todos os temas são importantes. “Para o Bloco, não existem lutas secundárias porque não existem vidas secundarizáveis. Somos a esquerda que procura alternativas ao capitalismo, feminista e ecologista, que luta pelo trabalho com direitos, pelos serviços públicos, pelas liberdades, pelos direitos LGBTQ+, contra o racismo e a xenofobia”.
Quanto à Candidatura da lista B, apresenta a Moção “Ouvir para Crescer”, com a direção política de Gonçalo Gonçalves, Ágata Fino e João Martins.
Admitindo o crescimento do Partido diz que continua em posição frágil. “Precisamos não só de continuar o crescimento eleitoral, mas também de juntarmos mais forças e consolidarmos a nossa frágil implantação local. Precisamos de trabalhar em conjunto para que cada vez mais simpatizantes se tornem aderentes e para que todas e todos se envolvam, de facto, na atividade do partido”.
Defende que as eleições servem exatamente para promover a reflexão e o debate interno. E não esconde uma visão crítica sobre a forma como o Partido tem sido conduzido. “Porque acreditamos, acima de tudo que, para crescer, o Bloco de Esquerda precisa de saber ouvir”.
“Ouvir opiniões diversas, com verdadeiro espírito democrático, e promover reflexões mais aprofundadas, à escala local, sobre as questões às quais urge dar resposta. Ter a humildade de reconhecer que há assuntos sobre os quais não podemos construir opinião séria e qualificada sem ouvirmos também os argumentos de quem, por vezes, poderá ser adversário político. Reconhecer que, também à escala local, não podemos - nem pela prática, nem pelo discurso - construir barreiras artificiais à volta do partido”.
Trata-se de um “grito” de alerta em nome do futuro do BE. “O projeto local do Bloco deve procurar ser cada vez mais abrangente e, para isso, não pode tentar uniformizar opiniões ou discursos. A diversidade é uma das maiores forças do partido, pois é ela que nos fornece uma visão mais completa do mundo que nos rodeia. Por isso, acreditamos que podemos crescer se formos capazes de ouvir mais e melhor; de refletir e debater de forma mais livre; de abrir portas e aprender a acolher a crítica”.
As eleições estão marcadas para 30 de Março.