A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBI) exige o relançamento da discussão pública sobre o projeto da Avenida Dr. Lourenço Peixinho.
Considera fundamental que se proceda à discussão pública da intervenção e que se tal não acontecer será “por falta de vontade política”.
No momento em que a autarquia já anunciou estar perto de fechar o projeto para colocar a obra a concurso, a MUBI segue a iniciativa de um cidadão que lançou uma petição a contestar a colocação dos ciclistas na faixa bus.
A Associação pela Mobilidade afirma que ainda “não houve ainda qualquer discussão pública relativa a este projeto”.
Lembra que o único momento em que se falou da avenida foi numa sessão de apresentação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro, a 17 de Março de 2018, que contou com a participação de cerca de 200 cidadãos, tendo surgido manifestações de “preocupação e descontentamento”, em especial pela “ausência de vias dedicadas para bicicleta e na proposta de via partilhada entre veículos de transporte público e bicicletas”.
“Não se está a promover o seu uso e uma alternativa à utilização e presença excessiva do automóvel na cidade, ao obrigar os utilizadores de bicicleta a partilhar uma via com veículos pesados. Esta situação constitui um desincentivo à utilização da bicicleta na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, especialmente entre potenciais novos utilizadores, para quem a pressão do tráfego motorizado e a insegurança rodoviária, efetiva e percecionada, são fatores particularmente críticos”, refere a MUBI.
Para a Associação de Mobilidade ou falta “visão política” ou “coragem política” para lançar a discussão.
“É ainda de lamentar a falta de visão, ou de coragem política, do Executivo Camarário, e a sua manifesta oposição às tendências mundiais e às reconhecidas boas práticas de mobilidade e urbanismo, ao não pretender optar por reduzir o espaço dos veículos motorizados, numa intervenção que marcará a Avenida durante décadas”.
Defensora da redução do volume de tráfego, a MUBI recorda um estudo da Associação Comercial de Aveiro, de 2009, que recomendava “vias dedicadas para bicicletas” e “redução do volume de tráfego automóvel” admitindo o “estreitamento das faixas de rodagem para uma única via de circulação em cada sentido”.
Lamenta ainda a “baixa frequência de veículos de transporte coletivos na Avenida Dr. Lourenço Peixinho”.
O tema é retomado já depois de em 2017, com os mesmos argumentos, a Ciclaveiro ter deixado claro que a reformulação da avenida não poderia deixar de considerar essa área dedicada a ciclistas.