A candidatura de Alberto Souto Miranda à Câmara de Aveiro encerrou a fase da reflexão em torno das diferentes áreas temáticas que vão dar suporte ao programa eleitoral e reafirmou a importância do urbanismo no desenho da cidade e da qualidade das decisões a tomar.
O antigo autarca que regressa a eleições em 2025, reafirmou oposição à construção de uma torre à entrada da cidade nos terrenos da antiga empresa Bóia e admitiu que gostaria de ver a antiga lota com menos carga construtiva.
O ciclo de Encontros Temáticos passaram por 11 áreas (Habitação, Políticas Sociais, Democracia Local, Mobilidade, Cultura, Educação, Desporto, Territórios inteligentes, Ambiente e Alterações Climáticas, Economia e Empresas e Planeamento e Urbanisno) e contaram com especialistas nas diferentes pastas.
“Juntamos especialistas e ouvimos as sugestões, críticas e dúvidas de todos. Partilhamos as nossas ideias. Tivemos a humildade de aprender com quem sabe e de ouvirmos o olhar leigo de cada um. Enriquecemos as nossas propostas para todas as áreas. Fortalecemos a participação cívica. Congregamos vontades” conclui o candidato do PS deixando claro que há muito a fazer para melhorar a cidade e o Município.
Vincando diferenças para a candidatura da AD (Aliança Mais Aveiro), Alberto Souto procurou apontar as lacunas e apresentar a sua visão sobre eixos estruturantes para o futuro de Aveiro.
E lutou contra as críticas apresentadas pelo irmão e candidato da AD, Luís Souto, que vai recordando o passado de AS na Câmara e a origem do buraco financeiro que viria a marcar as últimas duas décadas de governações de Élio Maia e Ribau Esteves.
“Quanto aos fantasmas financeiros há quem queira reescrever a História ou não a saiba de todo. Assumo as minhas responsabilidades. O PSD e o CDS deviam assumir as suas …Estarei cá para as lembrar a quem as quer omitir. Quanto ao futuro, contas certas e pagamentos a horas tem sido o meu compromisso. Quem tem medo do futuro, agita fantasmas que se esfumam fátuos, perante a consistência das nossas propostas”.
Acusado de anunciar travagem de alguns projetos sem olhar aos custos, Alberto Souto diz que há falta de rigor na forma como se referem às suas propostas.
“É redondamente falso que eu queira parar tudo e desfazer o que foi feito e rasgar contratos. Que me recorde, até agora só manifestei a intenção de parar três projectos: o pavilhão oficina, por ser um enorme erro estratégico, que deve ser reformulado; a torre dos 12 pisos, nos terrenos dos Bóia, por ser uma aberração urbanística e o estudo para a antiga Lota, por ter construção a mais e árvores a menos”.
Alberto Souto respondeu na mesma moeda e diz que Luís está a ser conivente com políticas que vão deixar marcar difícil de apagar.
“Ficamos a saber que o candidato do PSD é a favor de um colossal erro estratégico, que é a favor de um gritante abcesso urbanístico, e que é a favor de massificar a antiga lota com construção. Nenhum dos três projectos está sequer em obra. Nenhuma obra começou. Nem quero parar tudo, nem desfazer o que foi feito, porque nada está feito”.
Quanto às propostas do seu irmão, diz que Luís Souto dá sinais de querer marcar ponto de rotura com Ribau Esteves nalgumas pastas.
“O candidato do PSD, além de me atacar sem fundamentos, ataca o Eng. Ribau fundadamente. Um atrevimento! Para ser coerente devia pedir desculpa ao Eng. Ribau Esteves por querer corrigi-lo: assume agora que quer construir Habitação, depois de 12 anos de silêncio cúmplice com a falta dela. E assume que quer construir o Centro Cultural em S. Bernardo, promessa falhada deste Executivo”.
Na lista de divergências conta-se ainda o anúncio sobre projetos de ligação ferroviária a Espanha.
“Sobre a ligação Aveiro /Salamanca temos então um candidato que exulta com um comunicado cheio de nada e elogia quem nada fez para que o TGV passasse por Aveiro.
E, para variar, ficamos sem saber o que pensa o candidato sobre o assunto. O que sabemos é que quando o Governo afastou Aveiro do TGV ficou em silêncio sepulcral”.
Em fim de semana de Festival do Canais, a rematar, uma proposta de continuidade.
“O Festival dos Canais foi um sucesso e é para continuar. Com pequenos ajustamentos de horários e locais. Parabéns ao actual Executivo”.