Os moradores do centro da cidade de Ílhavo apelam à Câmara Municipal para agir no sentido de garantir melhores condições de segurança e habitabilidade na calçada Carlos Paião. O tema voltou ao executivo levado por um morador que apelou à intervenção de quem tem responsabilidade política. Câmara e GNR são acusados de não atuarem.
“Procuro sensibilizar esta Câmara para a vida noturna no centro da cidade. O que aconteceu a 6 de Novembro nunca tinha visto, com mais de 30 pessoas em pancadaria. Ando sozinho nesta guerra e precisava de apoio. Isto um dia vai atingir proporções mais graves. Quem ali mora adormece às 5 da manhã devido ao barulho no local”.
O cidadão apelou à autarquia para verificar licenças e para dar seguimentos aos autos da GNR. “A exploração de bares não respeita os horários. A autarquia deveria rever horários porque alimentam uma série de problemas, inclusivamente de droga. A GNR diz que a Câmara não dá seguimento aos autos. Deveria esclarecer se isto é verdade porque alguém está a faltar à verdade”.
Fernando Caçoilo respondeu às alegadas queixas da GNR de que os autos não têm tratamento por parte da Câmara. “Não é verdade. Há uns anos houve dificuldades porque o gabinete jurídico estava com limitações mas temos o serviço a funcionar e os prazos correm normalmente. Os autos que aparecem são tratados e sobre aquela área não há autos. Admito é que a GNR tenha limitações de efetivos. Falar em redução de horários é falar dos autos. Não pode haver livre arbítrio na decisão de reduzir horários”.
Na lista de reclamações está também o estacionamento abusivo. “A calçada Carlos Paião está transformada em parque de estacionamento. É outro dos problemas. Uns pinos a condicionar o acesso a moradores, cargas e descargas resolveria o problema”.
Fernando Caçoilo assume que tem sensibilizado a GNR para o problema, nomeadamente na questão do estacionamento abusivo. “Não há horários até às 4h da manhã. Sem as forças de segurança atuarem é difícil. Temos sensibilidade para esta questão e dentro da lei temos atuado. Falamos de questões de segurança que dizem respeito à GNR mas não se vê ninguém na rua a fiscalizar”.
O autarca reconhece que o problema é sensível e tem merecido por parte da autarquia atenção. “Não é uma questão de falta de sensibilidade. Muitas vezes somos impotentes para tratar estas questões”. Caçoilo assumiu o compromisso de voltar a alertar a GNR para o problema mas admite que num país como o nosso "se calhar até evitam esses locais porque depois quem tem problemas são os militares".