A Assembleia Municipal de Ílhavo (AMI) aprovou esta noite a venda da sua participação na empresa que gere os resíduos sólidos urbanos do Centro (ERSUC), por valores pouco superiores a 270 mil euros.
A decisão foi tomada com os votos favoráveis da maioria liderada pelo PSD e do CDS-PP (14 votos). Contra, votaram os Deputados do PS, BE e CDU (10).
Depois de Aveiro, seguiu-se Ílhavo, na tomada desta medida que foi muito contestada pelos socialistas que, temem os efeitos consequentes da medida. A Câmara "desiste de influenciar as decisões da empresa", acusou Sérgio Lopes. "Ninguém acredita, nem o Presidente Fernando Caçoilo, que, saindo da estrutura acionista continua a influenciar decisões e o rumo da empresa. Estando fora, não influencia. Alienar capital social nesta situação não é bom. É uma operação má para Ílhavo e para os ilhavenses", sublinhou.
Carla Lima do Bloco de Esquerda (BE) acusou o líder autárquico de ter tomado uma decisão "ideológica". 19 autarquias nacionais "opuseram-se a esta decisão, algumas, recorrendo aos Tribunais", recordou. "Até o CDS levantou problemas em Aveiro e é 'poder'", disse. "Isto não se devia fazer porque sabemos que os serviços públicos geridos por privados buscam só o lucro, penalizando financeiramente os munícipes. A Câmara de Ílhavo não devia vender a sua parte na empresa", salientou a bloquista.
Daniel Oliveira (CDU) disse que a decisão "é a perda de uma voz activa importante para nós. 270 mil euros não salvam Ílhavo. Estão a cometer um erro", disse.
O Deputado do PP, António Pinho gostou de ouvir as bancadas de 'esquerda' denunciarem "muitas políticas de direita". "Quando o PS e outros falam na governação de direita eu, fico todo satisfeito. É sinal que estamos a fazer bem as coisas, no sentido certo".
Eduardo Conde (PSD) disse que ainda não percebeu se o bom é "ser público ou privado", adiantando que "por acaso, na gestão pública, consigo ver gestores com iPad's novos de seis em seis meses e carros novos de ano a ano. No privado isso não acontece. Nem os políticos fazem isso. Cada vez mais o poder político deve ser regulador. Sintoma de boa gestão é haver ética e disciplina. Sei que quem produz mais e é mais justo com os trabalhadores são as empresas privadas". (com áudio)