A Assembleia Municipal de Ílhavo aprovou esta noite, por maioria (15 votos a favor da maioria camarária - PSD e PP - e oito abstenções dos Deputados dos partidos da oposição - PS, PCP e BE), a autorização para a contratação de um empréstimo bancário de um milhão de euros para fazer face ao pagamento do terreno onde estão implantados a Biblioteca Municipal e o Fórum da Juventude Ílhavo.
Fernando Caçoilo, líder autárquico, assegurou que a Câmara que dirige "pode perfeitamente assumir o pagamento desta dívida. Nada é posto em causa. Temos uma folga de 5 milhões para isto. A dívida tem sido reduzida significativamente por nós e está consolidada", recordou.
Da bancada socialista vieram as críticas mais 'incisivas'. Sérgio Lopes disse que os autarcas do PSD foram "irresponsáveis e negligentes". (com áudio)
Fernando Caçoilo não gostou de ouvir a adjetivação feita e elevou a voz para dizer que não admitia "as acusações" do PS, adiantando que o terreno "era, de facto, da Câmara", vincou, ao contrário do que defendeu o PS. "Não houve negligência nem irresponsabilidade. Não posso aceitar as vossas críticas. Não admito que diga que manchámos a honra da Câmara e que somos a vergonha de Ílhavo. Discordo. Diria que se não tivéssemos tomado essa decisão seríamos irresponsáveis. Não recuperávamos o Palácio e a Capela, não fazíamos a Biblioteca. Fomos buscar Fundos Comunitários a 85%. O Tribunal reconheceu que o terreno era nosso só que tínhamos de pagar um milhão", disse.
Para António Pinho do CDS-PP poderia ter havido vantagens "noutro tipo de negociação para tentar evitar chegar a este ponto", lamentou. "Se se tivesse negociado noutra altura, o problema poderia ter sido sanado. Fica como uma lição para o futuro. A bomba ao retardador explodiu agora".
Para a 'bloquista' Carla Lima, toda a situação é "lamentável". "Quem vai pagar isto tudo somos nós, os contribuintes", referiu.
O PCP também lamentou a condenação imposta à autarquia de Ílhavo. "Os Executivos da Câmara com a conivência de alguns Deputados deram este mau exemplo. Quem vai pagar o milhão é o povo. Estamos descontentes com este processo". (em atualização)