“Andámos quatro anos a pagar com língua de palmo pelas orientações dessa União Europeia e, agora, vêm dizer que ainda vamos ser multados” - Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP considera "inaceitáveis" as ameaças de sanções da UE a Portugal. Acusa os responsáveis europeus de quererem a penalizar um país que seguiu as orientações da própria União Europeia. 

Jerónimo de Sousa falava num comício convívio, em Estarreja, para lembrar que o país foi obrigado a seguir políticas económicas, monetárias e financeiras em nome das orientações da União Europeia que agora quer penalizar o país.

A Comissão Europeia dá a Portugal e Espanha mais três semanas para a adoção de medidas que apontem num sentido de consolidação orçamental. Jerónimo de Sousa entende o exercício como perverso.

“Era o que faltava. Andámos quatro anos a pagar com língua de palmo pelas orientações dessa União Europeia e, agora, vêm dizer que ainda vamos ser multados porque não conseguimos o tal objetivo dos 3%”.

O secretário-geral do PCP aproveitou o comício em Estarreja para criticar Maria Luís Albuquerque a propósito do discurso da ex-ministra das Finanças, atual vice do PSD, que garantiu que se ainda fosse Ministra não haveria o cenário de sanções.

“Ao ouvir a senhora Albuquerque fiquei espantando. Então, estão a sancionar-nos e a querer aplicar multas pela avaliação da política do Governo PSD/CDS, porque isto é referente a 2015, em 2015 estava lá a senhora à frente do Ministério das Finanças. Por isso, é melhor dizer à senhora que tenha cuidado, porque os portugueses não são parvos e lembram-se bem do que o seu Governo fez e das suas responsabilidades próprias em relação à situação que vivemos”.