O Partido Socialista de Ílhavo faz um retrato de Plano e Orçamento da Câmara de Ílhavo como documento “irrealista”.
As apostas do município empurram a autarquia para um orçamento de cerca de 40 milhões de euros mas o PS nota que “não têm financiamento definido em mais de metade dos objetivos previstos, num total de cerca de 22 milhões de euros”.
Sérgio Lopes optou pela abstenção como forma de viabilizar os documentos e garantir a governabilidade mas conclui que “mais de metade das promessas não são para cumprir”.
O eleito do PS, único com assento no executivo, entende que se trata de um documento “à boa maneira dos populistas” onde encontra “instrumento de propaganda”, feito de promessas.
“É um orçamento para prometer, não é um orçamento para fazer.”
“O PS considera que este é o orçamento do populismo, da promessa fácil sem concretização à vista, baseada num mapa de investimentos ficcionado, sem suporte financeiro previsto; e do comodismo, sustentado no imobilismo sem pensamento e ambição, ademais quando o documento cristaliza o imobilismo dos últimos anos, bem patente nos anunciados 9 Milhões de Euros de saldo de gerência, o dobro do que se verificava no início do mandato”.
Os socialistas frisam que este resultado demonstra que quase um terço dos fundos disponíveis para o ano de 2023 “foram desperdiçados”, não tendo sido investidos em ações da autarquia que concorram para a melhoria das condições de vida dos munícipes.
Sérgio Lopes conclui que o orçamento clarifica que o UPF “não quer, ou não consegue, ser a efetiva alternativa ansiada pela maioria social de mudança que derrotou o anterior Presidente de Câmara”.
Encontra semelhanças e sinais de continuidade com a política orçamental do PSD nos últimos anos de mandato.
Apelou a que a segunda metade do mandato permita concretizar mais apoio social, aprofundar parcerias com as juntas de freguesia e associações, garantias de fixação aos mais jovens (educação e habitação) e a implementação de um sistema sustentável de gestão de resíduos.
“O PS entende que deve exigir-se mais desta maioria, até porque foi essa a vontade expressa da maioria dos eleitores nas eleições autárquicas de 2021: uma Câmara que faça muito mais, que dialogue muito mais, que apresente uma visão de futuro, ao invés de um arrazoado de promessas desconexas”.