O Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal vai relançar as suas atividades, de forma efetiva, após uma paragem prolongada, forçada pela pandemia de Covid-19.
Criado pelo Turismo Centro de Portugal, o Observatório tem o objetivo de monitorizar todos os aspetos relacionados com o turismo na região, em especial os seus impactos económicos, sociais, culturais e ambientais.
Surge como apoio fundamental à tomada de decisão dos protagonistas da atividade turística na região.
O primeiro passo para o relançamento das atividades é a criação do Conselho Técnico-Científico (CTC) e do Conselho Consultivo Empresarial (CCE), órgãos que começam a trabalhar nos próximos dias.
O Conselho Técnico-Científico, que terá a primeira reunião já a 1 de abril, integra cerca de 30 investigadores de todas as instituições de Ensino Superior da região Centro de Portugal, designadamente as Universidades de Aveiro, Coimbra e Beira Interior e os Institutos Politécnicos de Leiria, Tomar, Coimbra, Guarda, Viseu e Castelo Branco.
De carácter consultivo, o CTC conta com a representação de investigadores das áreas de conhecimento relevantes para o desenvolvimento sustentável do Turismo, nomeadamente Turismo, Gestão, Economia, Geografia, Ordenamento do Território, Sociologia, Desenvolvimento Regional e Ciências Empresariais, entre outras.
A missão do CTC consiste em garantir a idoneidade científica dos estudos realizados pelo Observatório, assegurando a consistência de processos de recolha de dados e a coerência das metodologias, bem como a validade científica dos seus estudos.
Já o Conselho Consultivo Empresarial, que terá a primeira reunião em maio, integra os principais empresários e instituições representativas da atividade turística no Centro de Portugal, como as associações setoriais de turismo, associações empresariais, comunidades intermunicipais, associações de desenvolvimento local e regional e entidades gestoras de programas de valorização dos recursos endógenos.
A principal missão do Conselho Consultivo Empresarial do Observatório é identificar as lacunas e necessidades de informação estatística da atividade turística na região.
Para isso, vai instituir o Sistema de Monitorização da Atividade Turística do Centro de Portugal (SMAT), um sistema próprio de produção estatística para a atividade turística na região.
O SMAT é compatível com o modelo europeu ETIS (European Tourism Indicator System) que estabelece as diretrizes da União Europeia para a monitorização da atividade turística, e está a ser concebido no âmbito de uma parceria entre o Turismo Centro de Portugal e o Instituto Politécnico de Leiria, através do CiTUR – Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo do Politécnico de Leiria.Vai permitir a emissão de relatórios mensais, semestrais e anuais.
“O turismo tem fortes impactos a nível económico, social e ambiental, quer positivos, quer negativos. A monitorização desses impactos, de modo contínuo e abrangente, constitui um instrumento fundamental no âmbito da estratégia regional de desenvolvimento turístico do Centro de Portugal. No entanto, uma monitorização eficiente da atividade turística depende da qualidade das metodologias e dos indicadores incluídos nos inquéritos regulares aos empresários, aos turistas e aos residentes. É por isso que saudamos vivamente a disponibilidade e o interesse dos investigadores das Universidades e dos Politécnicos da região que, em conjunto, irão credibilizar as atividades do Observatório, validando todas as etapas do processo de investigação”, sublinha Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal.
“Se não se consegue medir, não se consegue gerir. Esta expressão sintetiza tudo o que está em causa quando se fala da monitorização da atividade turística. Do mesmo modo que um condutor tem que ver a estrada para se orientar na condução de um veículo, também os gestores turísticos necessitam de informação de qualidade, obtida, processada e acessível em tempo real, para balizarem as suas ações e tomarem decisões informadas”, considera Francisco Dias, coordenador do Observatório.A primeira fase de existência do Observatório, que foi criado em 2017, esteve focada na inventariação exaustiva e categorização das empresas e organizações que operam ao nível da oferta turística da região Centro de Portugal.
Esta fase prolongou-se até 2019 e envolveu a criação de um total de 9.167 fichas de inventário.Paralelamente, foi realizado um inquérito a uma amostra de 234 empresas de turismo da região Centro de Portugal, com o objetivo de aferir a importância que os empresários atribuem aos vários indicadores de monitorização da atividade turística.
O nível de satisfação dos turistas/visitantes foi o indicador mais valorizado, seguido pela sazonalidade da procura turística, a fidelização (número de turistas/visitantes que repetem a visita) e a duração da estada.