Os pescadores do cerco querem ser ouvidos pela Ministra da Agricultura e Mar para esclarecer questões relacionadas com a pesca da sardinha. Defendem a definição dos períodos de paragens para reposição natural dos recursos marinhos (paragens Biológicas) e as compensações dadas aos trabalhadores da pesca; a implementação de uma política de pesca que valorize os trabalhadores os seus rendimentos, dirigida prioritariamente para a alimentação das populações e para o emprego, de uma adequada política de formação profissional, para a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores do sector; A promoção de um programa de apoio para a renovação da frota; A valorização do pescado na primeira venda e a promoção de uma mais justa e adequada distribuição do valor acrescentado pela cadeia de valor do sector; Apoios para a continuação da interdição da pesca da sardinha em 2015 e exigem ser ouvidos e tidos em conta na discussão dos problemas e na procura de soluções.
Reunidos recentemente na zona de Leiria, os pescadores dizem que a gestão do stock da sardinha esteve nas mãos do Governo e dos armadores sem os melhores resultados uma vez que está a entrar sardinha pescada por outros países.
“Esta gestão de pesca de sardinha feita pelo Governo e patrões originou a cessação temporária da actividade, situação que determinou que no passado dia 19 de Setembro tenha tido início a interdição da pesca da sardinha nas zonas VIII e IX do CIEM e que, posteriormente levou a mais tempo de paragem, mas desta vez sem qualquer tipo de apoios para os pescadores. O que é certo é que, durante a paragem, se pôde encontrar todos os dias nos mercados nacionais sardinha importada de outros países e a frota nacional foi remetida para quarto lugar no que toca ao abastecimento de pescado à nossa industria conserveira, sendo agora os três primeiros abastecedores de sardinha, Marrocos, Espanha e França. Situação que nos leva a questionar a assertividade e eficácia desta decisão, pois o que se conclui até ao momento, é que isto serviu para apenas Portugal deixar de pescar este recurso e para sector para não pescar nem produzir, à semelhança do que aconteceu já no passado, durante o Governo de Cavaco Silva (PSD)”.
Os pescadores dizem ainda que as portarias referentes à definição da distribuição da possibilidade pesca de sardinha no essencial “não correspondem à real necessidade do sector e não se demonstram adequadas aos problemas que a frota do cerco atravessa”.