O Ministro da Administração Territorial da Guiné-Bissau defendeu as potencialidades do seu país e lançou repto aos empresários aguedenses para investirem no país.
Resultado do encontro desta semana com investidores em Águeda.
“Fica aqui, hoje, o nosso compromisso para criarmos as condições para que empresários de Águeda possam ir à Guiné-Bissau explorar potenciais oportunidades de negócio”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara de Águeda, anteontem, na receção ao ministro da Administração Territorial e Poder Local da Guiné-Bissau, considerando ainda que investir no território “é mais do que oportuno”.
O Edil lembrou a localização estratégica da Guiné-Bissau no quadro geográfico africano, podendo ser apontada como uma porta de entrada para a África Subsariana e que apresenta oportunidades para empresas e não só. “Para além de negócios, podemos promover o bem-estar e desenvolvimento à escala mundial”, defendeu.
“Estas coisas têm mesmo de acontecer; a evolução e o desenvolvimento vão ter de chegar, mais lenta ou rapidamente, àquele país e este é o momento para empresas e a própria sociedade se unirem para que isso aconteça”, declarou Jorge Almeida, acreditando que este encontro poderá ser o primeiro passo em direção a este propósito.
O ministro guineense conclui, anteontem, em Águeda, um ciclo de encontros com autarcas, seguindo para Lisboa para uma reunião com a ministra da Coesão Territorial, dando por terminada uma visita diplomática de cerca de dez dias a Portugal.
Nestes encontros, para além de lançar o repto a empresários e autarquias para o estabelecimento de acordos de parceria, Fernando Gomes procurou conhecer a realidade portuguesa no que se refere ao domínio autárquico.
Isto porque pretende organizar as primeiras eleições autárquicas do país, algo que nunca foi feito em 48 anos de independência, acreditando que o poderá concretizar no prazo de dois anos.
Considerando que assumiu funções há dois meses num governo provisório cuja missão é organizar as eleições legislativas, decidiu ainda assim “abraçar este desafio” de “criar uma base para que o governo que saia das eleições tenha algo para avançar” neste processo de organização autárquica.
Fernando Gomes reconheceu as fragilidades e apontou o “grande potencial” do país.
“É preciso avançar rapidamente com a organização do poder local, porque nenhum país do mundo consegue fazer algo de bom e desenvolver-se, sem um poder local organizado e forte”, disse, defendendo que esse “é um aspeto que falta no nosso país”.
Sublinhando que a Guiné-Bissau tem “muito para dar”, lançou o repto aos empresários aguedenses para que se desloquem ao país para “constatarem in loco as possibilidades de negócios” e “fazerem prospeção de mercado”, deixando antever “contrapartidas fiscais” para quem investir no país.
O ministro convidou ainda o Presidente da Câmara de Águeda para visitar igualmente Guiné-Bissau e desenvolver um acordo de parceria “nos domínios que entender”, porque “Bissau precisa de parceiros”, justificou.
Jorge Almeida lembrou que o Município de Águeda tem com uma geminação com a cidade de Bissau há mais de duas décadas e que tem desenvolvido, muito recentemente, um trabalho de parceria com uma Organização Não Governamental e numa articulação muito próxima com o Hospital de S. João, no Porto, para “criar condições para a evacuação de crianças doentes que não têm solução médico-cirúrgica na Guiné-Bissau”. Um projeto “por um bem maior” que conta com o apoio da Câmara de Águeda e que a Autarquia tem acompanhado muito de perto.