A prática da vela é um dos pilares na promoção da Estação Náutica do Município de Ílhavo e os clubes assumem uma vocação para chamar novos praticantes à ria.
A Estação Náutica do Município de Ílhavo permite fornecer a potenciais visitantes e praticantes da náutica de recreio soluções organizadas, integradas e concretas que respondam à totalidade das necessidades técnicas, funcionais e humanas para todas as embarcações que tenham condições para transpor a barra da Ria de Aveiro.
Com o objetivo de captar investimentos no território e otimizar a rede de agentes económicos, não apenas diretamente relacionados com o turismo e a náutica mas todos os que, de alguma forma, possam contribuir para a satisfação global de necessidades do potencial visitante, a Estação Náutica integra cerca de 40 parceiros que, num processo integrado, contribuem para a valorização turística, económica, social e territorial no Município de Ílhavo.
Neste âmbito, o Clube Náutico Boca da Barra e o Clube de Vela Costa Nova (CVCN) assumem-se como parceiros fundamentais para a afirmação do projeto da Estação Náutica do Município de Ílhavo, que tem, nas parcerias fortes e coesas, um fator decisivo para a promoção de um território em que o meio aquático é, reconhecidamente, uma mais-valia.
O Presidente do Clube de Vela Costa Nova, João Paulo Marques lembra que o clube comemora 40 anos em 2021, tendo nascido da “força de um conjunto de jovens ligados à Praia da Costa Nova”, que, recorda, “na falta de instalações, infraestruturas e formação na vela, que era a sua paixão”, avançou com a fundação do clube.
Embora a vela seja a “atividade central”, o CVCN assume-se, também, como “um porto de abrigo para todos aqueles que têm uma embarcação de recreio e precisam de uma infraestrutura onde alojar o seu barco”.
“Neste momento, podemos dizer que o Clube de Vela incide a sua formação nas escolas de vela em quatro classes e, depois, também dá formação e apoio às escolas”, reforça João Paulo Marques.
Contrariando a ideia que a vela seja um desporto de elite, o presidente do Clube de Vela Costa Nova realça que “naquilo que são as necessidades formativas de um jovem, o clube faz um esforço no sentido de transformar este desporto num desporto de massas”.
“O nosso desejo é que, no Município de Ílhavo, todos possam fazer vela”, destaca.
O Clube presta, também, serviços de apoio às embarcações, nomeadamente no relacionamento dos proprietários com as autoridades competentes, seja para processos de legalização, para processos de verificação das embarcações ou para vistorias periódicas.
Na escola náutica, o clube dá formação de cartas de navegação, uma vez que está legalmente certificado para dar formação para navegadores de recreio.
A pandemia COVID-19 afetou a atividade regular do CVCN, como afetou toda a sociedade. No período mais crítico do confinamento, foram encerradas as instalações mantendo-se apenas os serviços mínimos.
Após esta fase, depois de anunciado o desconfinamento e surgir a autorização da Direção-Geral da Saúde e da Federação Portuguesa de Vela, foi adotado um plano de contingência e reiniciadas as atividades no Clube.
Mais recente, fundado em 2011, o Clube Náutico Boca da Barra (CNBB) vai apagar igualmente as velas de aniversário em 2021 para celebrar 10 anos de múltiplas atividades.
O presidente do CNBB, Paulo Amaral, explica que “na altura da sua fundação, o Clube estava apenas vocacionado para a vela e para a vela de competição”.
Com sede no Porto de Pesca Costeira, na Gafanha da Nazaré, o CNBB disponibiliza, hoje, uma academia de vela, que abrange a vela ligeira com três classes, a vela de cruzeiro e a formação de adultos.
Além da vela, o clube é, ainda, parceiro de uma escola de cartas náuticas, razão pela qual promove a angariação de alunos, e realiza, também, alguns workshops em várias Escolas da região.
No centro náutico, o CNBB presta todo o apoio aos sócios na reparação de motores e barcos.
Confrontado com a ideia generalizada de que a vela é considerada um desporto de elite, Paulo Amaral sublinha que tal se deve a “algum custo que tem para os atletas”, nomeadamente com a aquisição de embarcações, assumindo, no entanto, que o Clube Náutico Boca da Barra procura “aligeirar” os encargos iniciais com a cedência de material para que “as crianças comecem a fazer vela sem qualquer investimento”.
A pandemia de COVID-19 também afetou a atividade diária do Clube Náutico Boca da Barra, que, apesar das dificuldades, se adaptou às normas impostas pela Federação Portuguesa de Vela e da Direção-Geral da Saúde: “os atletas continuaram a praticar desporto, mas, agora, de forma mais disciplinada e condicionada”, transmite Paulo Amaral.