O movimento feminista Juntas coloca-se ao lado das atletas da equipa feminina da Ovarense.
Em análise um alegado caso de discriminação de género pelas condições em que funciona a equipa e o seu futuro desportivo fora da Liga.
Por dificuldades financeiras a saída da Liga feminina é um cenário cada vez mais provável.
As jogadoras da equipa de Ovar alegam que o clube desistiu do principal escalão para poupar 23 mil euros reforçando a aposta nas duas equipas masculinas.
Parte das 15 jogadoras do plantel já rescindiram por considerar que foram desvalorizadas pelo clube
“Em vez de nos dispensarem, deviam é apontar-nos como exemplo de luta e resiliência”, lamentaram várias jogadoras em decarações à Lisa.
Rui Palavra, presidente da Ovarense, defende que não se tratou de escolher entre géneros mas salvar o clube num contexto em que a pandemia agravou o estado geral.
“Não se tratou de escolher entre homens e mulheres, apenas de escolher salvar o próprio clube”.
Admite que o quadro geral pode levar a interpretar cmo discriminação um quadro de “injustiça”.
“Claro que as raparigas prescindirem da Liga não é justo. Ao pensar o clube como um todo, vão haver injustiças e desigualdades, mas isso é a realidade - não vivemos num mundo ideal”:
A Juntas – Movimento Feminista de Aveiro – afirma-se solidário com as atletas.
“A discriminação das mulheres é uma realidade transversal às várias modalidades desportivas em Portugal. Recordamos o exemplo recente da tentativa, felizmente derrotada, da Federação Portuguesa de Futebol de impor um teto máximo apenas aos salários das atletas do futebol feminino. A Juntas considera que esta realidade só pode ser transformada com políticas públicas que promovam a igualdade de género e que combatem a primazia dada ao desporto masculino”.