O presidente do Beira-Mar assume que a profissionalização de setores do clube é o principal desafio dos próximos anos como forma de responder ao aumento das exigências.
Hugo Coelho assume esse desafio na mensagem de Natal em que passa em revista dois anos e meio de trabalho no clube dedicados essencialmente à recuperação da imagem.
Além de reafirmar a formação como “base do Clube” e a academia como a grande obra física, Hugo Coelho vai além das infraestruturas para assumir a relevância da vertente humana.
“O reforço da estrutura humana, profissionalizando alguns setores, será uma evidência num futuro próximo. Este será um desafio que trará a sustentabilidade assente em conhecimento que todos desejamos”.
A gestão do futebol que quer chegar aos campeonatos profissionais é um dos elementos a equacionar atendendo ao grau de exigência que impõe, em muitos casos, o caminho da profissionalização.
E com a profissionalização regressa o debate em torno das sad´s.
Ao fim de dois anos e meio o dirigente afirma que uma parte do caminho está cumprido.
“Com efeito, após duas épocas e meio de muito trabalho, foram muitas as conquistas e, importa não esquecer o ponto de partida, o ponto em que o Clube se encontrava. A falta de atletas e de infraestruturas era visível mas, o descrédito do Clube era o aspeto mais preocupante e no qual se teve que prestar mais atenção. Há dois anos e meio deparávamo-nos com uma imagem muito negativa no tecido empresarial, na sociedade, nos dirigentes e nos atletas. Na altura, ser atleta do Beira-Mar chegava a ser desprestigiante, algo que, hoje, está completamente invertido”.
A reversão de um processo de degradação surge como a grande conquista iniciada há quatro anos aquando da queda nos distritais.
Hugo Coelho realça a travagem ao declínio.
“Triplicámos os atletas, aumentámos as modalidades e devolvemos o orgulho e a honra de representar o nosso grande Clube. Credibilizámos o Beira-Mar no tecido empresarial, trouxemos as empresas e, acima de tudo, trouxemos a confiança e seriedade. Também institucionalmente foram criados laços de confiança, vivemos hoje uma relação salutar que há muito não existia com as principais entidades da Região, nomeadamente, com a Câmara Municipal de Aveiro. Só assim se consegue caminhar e trazer prosperidade ao Clube e, só assim foi possível avançar com o grande projeto do complexo de futebol que há 20 anos havia sido prometido”.
Com uma rede de espaços de trabalho mais consolidada, as atenções voltam-se para as questões judiciais com a extinção da SAD à cabeça.
“Também nas questões judiciais, passos importantes foram dados na resolução dos problemas existentes com as finanças, SAD e ASCENDI. O processo da SAD encontra-se em fase terminal, a ASCENDI estagnada e as finanças regularizadas”.
Hugo Coelho avisa para o que diz ser um tempo de dificuldades e de desafios.
“Temos pela frente vários dossiers para resolver e concluir, um deles, que está muito perto do fim, é a extinção da SAD que, apesar de estar em fase de conclusão, ainda falta um pequeno passo. O empenho neste dossier terá que continuar a ser prioritário, assim como na conclusão do complexo de futebol, que albergará as nossas equipas, desde os Petizes aos Veteranos. Esta importante infraestrutura será de importância capital para o Clube e para o futuro das nossas equipas de futebol. Ainda nos eixos prioritários, o futuro modelo de governança terá que ser perspetivado, sendo que, todos deverão ser chamados ao processo – sócios, empresas, atores institucionais, etc.”