O Teatro Aveirense estreia a peça “As Areias do Imperador”, inspirada em obra de Mia Couto.
Dois dias de apresentação, esta sexta e sábado, na sala principal do teatro.
Com adaptação e encenação de Victor de Oliveira, cuja obra “Limbo” foi premiada pela Sociedade Portuguesa de Autores em 2022, a peça é inspirada na obra do escritor moçambicano Mia Couto, sendo uma coprodução com o Teatro Nacional São João, Teatro Nacional D. Maria II e outras estruturas moçambicanas e francesas.
O espetáculo transporta os espetadores para o fim do século XIX, no meio de Moçambique devastado por guerras políticas.
Germano, soldado português, e Imani, a intérprete moçambicana, apaixonam-se perdidamente.
Uma história de amor impossível, que subirá a palco protagonizada por 15 interpretes moçambicanos, portugueses e franceses que, através do destino desses dois personagens, mostram ao público os “mundos misturados de Moçambique”.
As criações de Victor de Oliveira estão intimamente ligadas à história colonial do seu país, Moçambique.
Em “Incêndios”, espetáculo criado em 2019 em Maputo, o encenador interrogava os ecos da guerra civil que devastou o país durante 16 anos.
Em “Limbo”, obra elaborada em Lisboa há dois anos e que recebeu os Prémios de Melhor Espetáculo e Melhor Texto 2022 da Sociedade Portuguesa de Autores, abordou as questões sobre os efeitos da colonização, da assimilação e da mestiçagem.
Mia Couto, autor do livro que dá origem ao espetáculo, é o escritor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior e um dos autores estrangeiros mais vendidos em Portugal. As suas obras estão traduzidas e publicadas em 24 países.
A peça “As Areias do Imperador” conta também com o apoio do La Colline - Théâtre National de Paris, do Ministère de la Culture – Direction régionale des affaires culturelles d’Île-de-France, do Instituto Camões de Maputo e da Universidade de Aveiro.