Festivais de Outubro celebram 50 anos da UA e de Abril com "vozes de sempre".

Os Festivais de Outono promovem a Voz para assinalar 50 anos da UA e de Abril de 74.

A 20ª edição dos Festivais de Outono, que começa este domingo e termina a 30 de novembro, anuncia programação especial.

Para além de assinalar a 20ª edição, coincide com Aveiro Capital Portuguesa Cultura 2024, marca os 50 anos de Abril e da Universidade de Aveiro (UA).

Em 2024, completam-se 200 anos da 9ª Sinfonia de Beethoven, considerada uma das grandes obras-primas de Ludwig van Beethoven, que vai ser interpretada no concerto de encerramento dos Festivais.

A evocação da Voz, tema da primeira edição e que retorna em 2024, começa logo no concerto de abertura, Gala Lírica, com o tenor Carlos Guilherme, a soprano Isabel Alcobia (também professora da UA) e a Orquestra Filarmonia das Beiras, sob direção do maestro Pablo Urbina.

Ao longo desta Gala Lírica, os intérpretes conduzem quem os ouve, com as suas vozes e através de paisagens e diferentes culturas musicais, às composições de raiz espanhola e tradição italiana.

Os bilhetes estão disponíveis na Bilheteira Online (BOL).

A homenagem à Voz inspira todo o programa desta edição dos Festivais de Outono, iniciativa promovida pela Universidade de Aveiro (UA).

Da abertura ao encerramento, a 30 de novembro, data do concerto onde se interpretará a 9ª Sinfonia de Beethoven, “Coral”, assinalando-se 200 anos desta que é a sinfonia mais marcante da História da música, raras vezes interpretada ao vivo, dada a dimensão dos recursos (coro e orquestra) necessária para a interpretar.

Neste concerto, à Orquestra Filarmonia das Beiras juntam-se a Orquestra e o Coro do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da UA, sob a direção do maestro convidado Luís Carvalho (professor da UA).

A composição incorpora parte do poema “An die Freude” ("À Alegria"), ode escrita por Friedrich Schiller.

Poder-se-ia afirmar que esta é música de encher o coração, que expressa os ideais de liberdade, paz e solidariedade, escolhida para simbolizar a União Europeia.

O programa procura ainda transmitir uma ideia da presença pedagógica da UA no panorama lírico português, dado que um dos critérios na sua origem é a promoção de talentos da UA (classes docente e discente), quer ao nível da performance (vocal e instrumental), quer ao nível da composição.

A vertente pedagógica dos Festivais reflete-se, por exemplo, na rubrica “Presente(em)mente)”, na sua quarta edição no âmbito dos Festivais de Outono.

A rubrica tem como objetivo divulgar e promover obras de estudantes de composição do DeCA da UA.

Neste concerto, a 12 de novembro, às 21h30, no auditório do DeCA, serão apresentadas, em estreia absoluta, obras de Alberto Hortigüela, João Pedro Monteiro da Silva, Henrique Siracusa Pires, Pedro Mateus e João Pedro Coimbra, pelo “Ensemble Momentum UA”.

Desde a primeira edição desta rúbrica que a direção artística do Ensemble e a curadoria do concerto são de Henrique Portovedo e Sara Carvalho, ambos professores da UA.

Na rubrica “Outono em Família”, concerto comentado, o Quarteto de Cordas de Aveiro interpretará o Divertimento em Fá maior, K. 138, escrito por Mozart em 1772, e uma das mais aclamadas peças para esta formação, “A Morte e a Donzela” de Schubert, escrita em 1824.

Sob o título “O quarteto de Cordas: Quatro vozes para expressar os sentimentos”, o concerto (bilhetes disponíveis na BOL) está agendado para 10 de novembro, às 11h00, no auditório Renato Araújo (edifício da Reitoria).

“Canção da Terra, Melodia da Humanidade” é o título atribuído ao espetáculo da Camerata Nov’Arte que apresenta a estreia em Portugal da versão para dois solistas vocais e ensemble de ”A Canção da Terra”, de Gustav Mahler, adaptada por Iain Farrington.

Insere-se num amplo ciclo da Camerata denominado ”Romantismo à lupa” que propõe a leitura de grandes obras sinfónicas em formatos instrumentais mais compactos. 
O concerto está agendado para 15 de novembro, pelas 21h30, na Casa da Cultura de Ílhavo.

A variedade de estilos musicais ultrapassa o que se designa habitualmente como música erudita, pois para além desta, haverá incursões pela Zarzuela, pelo Fado, pelo Jazz e ainda pela chamada música de intervenção.

Assim, do programa eclético, destaca-se em especial a presença em palco do duo Camané e Mário Laginha, com o projeto “Aqui está-se sossegado”, a 2 de novembro, às 21h30, no auditório.

O concerto conta com cerca de duas dezenas de temas, saídos do cânone fadista tradicional, do repertório de Camané e inéditos compostos por Mário Laginha que, recorde-se, musicou já um poema de Álvaro de Campos "Ai Margarida", que integra um dos últimos discos de Camané.

Outro momento de destaque vai ser atuação do duo vocal ALMO com o pianista Júlio Resende, a 17 de novembro, às 18h00, no Teatro Aveirense.

Será um concerto único e inovador, onde a excelência da capacidade criativa e de improvisador do pianista e compositor Júlio Resende se une ao talento interpretativo dos cantores Paulo Lapa (tenor) e Tiago Matos (barítono), numa simbiose entre o jazz, a improvisação e o canto.

Vão ser cantados trabalhos de Manuel Alegre e José Afonso que, pelo que representam, remetem para os 50 anos do 25 de Abril.

Para além do Concerto de Abertura, a 20 de outubro, a primeira semana de atividades dos Festivais de Outono 2024, prevê mais dois concertos, dias 22 e 24.

No dia 22, pelas 21h30, no auditório do DeCA, o Projeto DME, fundado pelo compositor Jaime Reis e sediado em Seia e Lisboa, apresenta um programa de música acusmática (música eletroacústica que é especialmente composta para apresentação usando altifalantes) com cinco peças de compositores que trabalham a voz humana como material musical.

No dia 24, com o título “Musica Reservata - Orlando di Lasso e o seu manuscrito Ms. Hs. 18.744”, o Vocal Ensemble, dirigido por Vasco Negreiros (compositor e professor da UA), apresenta-se a partir das 21h30, na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré.

A entrada é livre mediante lotação do espaço.

Como vem sendo hábito, o programa dos Festivais prevê a realização de concertos em vários locais de Aveiro e da região, incluindo Oliveira de Azeméis e Ílhavo.