A Vianapesca, organização que representa mariscadores, esclarece que o pescador acusado de furar o protesto na Torreira estava autorizado a trabalhar.
Trata-se de uma organização com cerca de quatro centenas de associados e com um numero muito significativo ainda a trabalhar, “apesar das ameaças, sob vigilância das autoridades a quem muito agradecemos e enaltecemos a sua acção e desempenho”.
Tomada de posição sobre os incidentes desta semana na Torreira com um pescador acusado de abalroar uma mulher com a viatura.
Refere que a interdição de captura de berbigão e ameijoa macha, na RIAV1, decretada pelo IPMA obedece a um protocolo de procedimentos imposto pela União Europeia.
A Vianapesca adianta que logo que foi contactada pelos técnicos do IPMA entrou em contacto com um elemento da Torreira, com o qual regularmente está em contacto, a informa-lo da situação que se avizinhava.
Na mesma altura desencadeou contacto com a Secretaria de Estado das Pescas, sugerindo-lhe que fizesse um despacho que permitisse os pescadores continuarem a pescar, pois todos eles tinham contratos de fornecimento, devidamente homologados pela DGRM, com empresas licenciadas e autorizadas a vender às Fábricas de Conservas.
Esta ação não terá sido do agrado dos pescadores na Torreira que reagiram com protestos junto à Capitania desconfiados da capacidade de ação das conserveiras.
“Ficamos atónitos quando tivemos conhecimento que se desencadearam movimentos de protestos e ameaças de morte nas redes sociais contra a Vianapesca e a APARA, quando ambas as associações se empenharam de imediato a encontrar soluções”.
A organização esclarece ainda que não foram penalizadas as vendas de pescado de operadores associados de Organização de Produtores uma vez que essa venda não é sujeita a leilão.
Trata-se de uma redução de taxas de 1%, que reverte para a associação, que o armador pagava antes de ser associado de uma Organização de Produtores.
“É o armador que escolhe o comerciante com quer trabalhar e o comunica à Organização de Produtores e esta elabora o contrato”.
A justificar o apoio aos pescadores, a Vianapesca defende ainda que garantiu aos associados cerca de mil candidaturas de apoio financeiro, quer ao Fundo de Compensação Salarial quer ao Fundo para apoio ao combustível.
E diz que a APARA terá feito o mesmo na Região de Aveiro.
Com os argumentos apresentados, a organização diz que não entende a reação negativa dos pescadores que viram na ação um ataque aos seus interesses.
Uma polémica que continua viva e a merecer protestos e que só a reabertura da zona interdita à apanha de bivalves parece poder acalmar.