Legislativas: Aliança Democrática vence e Portugal vira à direita.

Vitória da Aliança Democrática nas Legislativas de 2024, crescimento do Chega que elege três deputados pelo círculo de Aveiro e a estreia da Iniciativa Liberal que elegeu um deputado por Aveiro são os dados principais da noite eleitoral.

As eleições deste domingo contam, ainda, com contagens para fazer e sobretudo muitos cenários que deixam o futuro do país em suspenso.

A Aliança Democrática vence no distrito e no País e Luís Montenegro espera ser chamado a formar governo.

Conseguiu cerca de 29% dos votos e 79 lugares no Parlamento contra os 28% e 77 deputados do PS sob a liderança de Pedro Nuno Santos.

O Chega confirmou-se como a terceira força com 18% dos votos e o partido de André Ventura passa de 12 deputados em 2022 para 48 em 2024, dos quais três eleitos por Aveiro.A Iniciativa Liberal (5,08%) é a quarta força mantendo oito deputados na Assembleia da República com um deles eleito por Aveiro.

O Bloco de Esquerda (4,46%) mantém os cinco deputados e o PCP e o Livre ficam com quatro mas sem qualquer representação de Aveiro.

O PAN com quase 2% dos votos manteve um lugar no Parlamento.

Novidade é o regresso do PP ao Parlamento com Nuno Melo eleito nas listas da Aliança Democrática.

Os portugueses demonstraram interesse na eleição e a abstenção caiu para 33,77%, o valor mais baixo em três décadas.

Apesar dos equilíbrios frágeis, Luís Montenegro espera ser chamado a formar Governo.

“No nosso entendimento, os portugueses falaram e disseram: em primeiro lugar, queriam mudar de governo; em segundo lugar, que queriam mudar de políticas; em terceiro lugar, querem que os grandes partidos possam apresentar-se de forma renovada e com capacidade de inovar e em quarto lugar disseram que os partidos políticos, nomeadamente os que têm participação parlamentar, devem privilegiar mais o diálogo e a concertação entre líder e entre partidos” (com áudio).

Pedro Nuno Santos, líder do PS por Aveiro e candidato ao cargo de Primeiro-Ministro, diz que não vai colocar obstáculos.

O dirigente assegura que o PS deixa passar um governo minoritário da AD mas promete oposição forte.

E diz que ontem começou a reconstrução do projeto socialista (com áudio)

“Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa daqui para a frente".

O dirigente assegura que o PS deixa passar um governo minoritário da AD mas promete oposição forte.

No rescaldo da noite, Luís Montenegro reafirmou compromisso com o eleitorado de não levar o Chega para o Governo. "Não é não", resumiu.

Ventura tinha desafiado Montenegro respondeu a olhar bem para os resultados.

"Só um líder e um partido muito irresponsável deixarão o PS governar quando temos na nossa mão a possibilidade de fazer um governo de mudança".

O distrito de Aveiro e o concelho de Ílhavo em particular foram às urnas em força com mais de 66% dos eleitores.

A AD manteve 7 deputados eleitos por Aveiro com 35% dos votos, o PS perde três e cai para cinco com 27% dos votos, o Chega sobe de um para três com 17% dos votos, e a IL, com 5%, elege pela primeira vez.

Emídio Sousa, Silvério Regalado, Ângela Almeida, Salvador Malheiro, Almiro Moreira, Paula Cardoso, Paulo Cavaleiro (AD); Pedro Nuno Santos, Cláudia Santos, Filipe Neto Brandão, Hugo Oliveira, Susana Correia (PS); Jorge Valsassina Galveias., Maria José Aguiar, Armando Grave (Chega) e Mário Amorim Lopes (IL) são os representantes do distrito no Parlamento.