Terra África / Terra Nova - ligados ao Mundo IV

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Terra África / Terra Nova - ligados ao Mundo IV
02.10.2019

A Educação e o Desenvolvimento EconómicoAntónio Batel AnjoTerra Àfrica – 2019.10.2

Temos melhor educação porque somos desenvolvidos, ou somos desenvolvidos porque temos melhor educação?

A educação contribui para o desenvolvimento económico de várias formas, uma força que pode explorar as tecnologias e as novas ferramentas tecnológicas aumentando, desta forma, a produtividade e a competitividade das empresas. No entanto, a educação é ela própria o motor para a criação de novas ferramentas tecnológicas e novas formas de pensar. Indivíduos com mais competências, que adêém de uma melhor educação, mas não só, formam uma força de trabalho mais produtiva e mais flexível do ponto de vista da aquisição de novos conhecimentos.

As competências são a base dos curricula, de qualquer avaliação e são sem dúvida a única forma de conseguir ter uma visão estruturada sobre o desenvolvimento e alcance da aprendizagem a longo prazo. Com o mundo em rápida mudança é exigido aos alunos que possuam competências em áreas de Línguas, Matemática, Ciências, o pensamento crítico, a resolução de problemas, a persistência, trabalho colaborativo e a curiosidade.As competências para o século XXI podem ser classificados em três grandes categorias: competências básicas, competências gerais e qualidades de carácter.

Ilustração 1: Competências Básicas, Gerais e de Carácter.O ambiente que rodeia a Escola está relacionado em grande parte com o tipo de cultura e organização social e económica envolventes. O professor é a figura maior do sistema de ensino. O seu papel face aos novos desafios colocados por uma escola aberta à sociedade e cuja afirmação como centro de informação e geradora de conhecimento se torna cada vez mais importante é decisivo para o sucesso dos alunos no futuro.

A atitude do professor deve acomodar os fenómenos de interculturalidade, de heterogeneidade social e as distintas realidades geográficas na sua actividade diária. São factores essenciais que devem presidir à sua actuação, seja quanto à forma e substância dos conteúdos didácticos e científicos oferecidos aos alunos, seja ainda em tudo quanto se refere ao processo avaliativo.O professor deve transmitir aos alunos valores essenciais e estruturantes como:a coesão social;a aceitação da diversidade cultural;promover igualdade de oportunidades e equidade;promover a participação crítica na vida democrática.

Sabendo que os progressos da aprendizagem são muito lentos e não se manifestam de forma imediata, é necessário que avaliação reforce outros processos de observação e de afinações rápidas sobre os curricula.É urgente mudar de atitude perante diferentes necessidades de novas formas de aprender, outros temas, em novos ambientes e claramente associadas a regras de responsabilidade e compromisso com o sucesso. Repensar o actual modelo de educação superior baseado nesta ideia de ter um conjunto de actividades voltadas para a experimentação e para o aumento do conhecimento é o papel de todos.A escola não é mais só uma entidade de instrução, sendo que o aluno não é mais o sujeito passivo para com as aulas e acrítico perante tudo o que o rodeia. Espera-se que o aluno seja um elemento activo num processo que envolve aprendizagem, experimentação e prática, com o objectivo final de reinventar o conhecimento. Todo este processo se realizada em laboratórios, no exterior da sala de aula, incentivando a pesquisa, o debate e a resolução de problemas, de forma a desenvolver o raciocínio lógico e crítico, aprimorando a sua capacidade de aprender.

Formar um profissional de excelência, não basta a garantia o perfeito domínio da ciência e da técnica, mas é fundamental dar ao aluno uma formação alicerçada no exercício da liderança para o desenvolvimento na ética e na orientação humanista.O relatório do Fórum Económico Mundial, escrito em colaboração com The Boston Consulting Group intitulado “Nova visão para a Educação: Libertar o potencial da tecnologia”, examina a forma como a Tecnologia pode melhorar a Aprendizagem.A tecnologia pode complementar e auxiliar as abordagens didácticas e pedagógicas, no ensino experimental e orientado para a resolução problemas. Podem igualmente facilitar a aprendizagem em áreas como a comunicação, criatividade, persistência e a colaboração. Será necessário:promover a utilização da tecnologia entre os professores, que permita a troca de experiências e de resultados destas;desenvolver recursos digitais, de fácil disseminação e de fácil utilização;criar projectos de formação, ensino e aprendizagem baseados em tecnologia.A ideia é trazer para a escola as tecnologias de ensino de forma progressiva e eficaz de modo a que o investimento em Tecnologia seja rentabilizado ao máximo e sempre tendo em vista uma melhoria da formação dos professores e da capacidade destes a usarem em sala de aula.

Desta forma, deverá ser efectuada uma análise da situação de modo a propor estratégias que possibilitem a criação de conteúdos digitais tendo em conta:a redução de custos, face a outros materiais impressos;a reutilização e adaptação;a possibilidade de em qualquer momento proceder a correcções científicas;a adaptação pedagógica;a equidade na sua disseminação (mobile, TV);elevados critérios de usabilidade e acessibilidade.Devem, igualmente, ser assegurados mecanismos que suportem formas colaborativas de desenvolvimento de conteúdos e da sua certificação científica e pedagógica, antes de serem disponibilizados à comunidade escolar.

O domínio da tecnologia, bem como das metodologias, competências, capacidades, fazem parte dos conhecimentos essenciais para induzir aprendizagem dentro de um determinado contexto sociocultural. Desta forma a dimensão da tecnologia assume uma importância crucial dentro de qualquer ideia de escola que deve procurar criar, actualizar e manter:infra-estruturas de circulação de informação (televisão e internet);meios de utilização da informação (telemóveis e computadores);plataforma integrada com conteúdos de gestão e de aprendizagem (livros digitalizados, e recursos educativos digitais).

Em Moçambique, tal como em outros países, apostou-se no ensino primário como forma de alcançar o desenvolvimento. Neste nível, os alunos alfabetizam-se e desenvolvem competências matemáticas básicas que lhes permitem participar da economia - deste modo a sua renda aumenta e diminuem as desigualdades sociais.

No entanto, à medida que as condições económicas se vão desenvolvendo, torna-se importante olhar as outras prespectivas, nomeadamente o ensino superior.

O desenvolvimento do ensino superior de forma organizada em termos de oferta e funcionando em rede é a fronteira entre o desenvolvimento tecnológico e produção de novas tecnologias, atingindo deste modo uma melhor educação.Uma melhor educação repercute-se numa melhor saúde, numa melhor preparação das meninas, fortalece os processos democráticos e a melhora a governança.Nos modelos estatísticos que explicam o crescimento económico dos países a educação é uma variável relevante. O que se procura estabelecer é se um melhor nível de educação neste ano produz um efeito de crescimento económico nos próximos anos e não o seu contrário. Pretende-se estudar, se uma melhor educação contribui para um maior desenvolvimento económico, daí que o seu financiamento seja uma peça essencial do puzzle que é a educação.  

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SUGESTÃO MUSICAL

Miriam Makeba, apelidada de Mama Africa, era uma cantora, compositora, actriz sul-africana, embaixadora da boa vontade das Nações Unidas e ativista dos direitos civis. Associada a gêneros musicais como Afropop, jazz e world music. Lutou contra o apartheid e contra a segregação na Africa do Sul. Uma voz fantástica de uma mulher que sempre usou a música como uma arma contra segregação racial e a descriminação das mulheres. 

https://www.youtube.com/watch?v=Zq5S5sH1Ikk

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Conversas da Manhã
Autor
Maria João Azevedo
Horário10:00às09:40

Episódios

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    "Música na Escola" - A que velocidade toca a Orquestra?
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    31.01.2018

    Hoje com o Dr. Rogério Carlos, que nos fala do Programa de Ação Educativa do Município de Aveiro que iniciou esta semana mais uma ação “Música na Escola”.

    Sob o mote “A que velocidade toca a Orquestra?”, na edição de 2018 a Orquestra Filarmonia das Beiras, dirigida pelo Maestro António Vassalo Lourenço e com o Professor Jorge Castro Ribeiro como apresentador, decidiu abordar duas obras do compositor Wolfgang Amadeus Mozart.

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    Artur Sousa - livro "Em Chamas"
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    31.01.2018

    Hoje conversámos com Artur Sousa, por conta da edição do seu 6.º livro "Em Chamas" - um romance baseado em factos históricos. Para rir, sorrir e... lacrimejar!

    O seu último livro é baseado nos incêndios e tem como objetivo mostrar às pessoas a importância das florestas e dos bombeiros na nossa sociedade. A apresentação do livro EM CHAMAS, acontece no domingo, 18 de fevereiro de 2018, às 16 horas, no novo quartel dos bombeiros de Ílhavo - onde 10% da venda dos livros no dia da Apresentação revertem a favor dessa Corporação.

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    "O Mistério do Quarto Escuro - o cinema contado às crianças"
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    30.01.2018

    Hoje conversámos com Mariana Bento Lopes autora do conto "O Mistério do Quarto Escuro - o cinema contado às crianças",  o primeiro livro do género em Portugal - um conto infantil publicado pela editora do Cineclube de Avanca. É também uma "homenagem ao cineasta Manoel de Oliveira - o avô Manoel - que conduz a sua pequena neta numa investigação por entre livros, máquinas e bobines".

     

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    Aqui há fantasmas!
    Aqui há fantasmas!
    26.01.2018

    Hoje conversámos com João Anjos e com Diretor Técnico do Lar de S. José, o Dr Luís Oliveira.

    O Grupo de Teatro Ribalta apresenta "Aqui há fantasmas" um espetáculo esgotado, que sobe amanhã ao palco da Casa da Cultura de Ílhavo. A receita da bilheteira reverte totalmente a favor do Lar de S. José.

     

    Aqui há fantasmas

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    Escrita Descalça - Workshop De Escrita Criativa
    Escrita Descalça - Workshop De Escrita Criativa
    25.01.2018

    Workshop de Escrita Descalça com André de Oliveira

    Hoje André de Oliveira fala deste workshop que tem como objetivo "trazer à flor da pele o escritor dentro de cada um de nós. Descalços e com roupa bem confortável, vamos sentar-nos em tapetes no chão, beber chá e desenvolver exercícios de escrita criativa com o apoio de técnicas de relaxamento e meditação para a criatividade e muita boa disposição.Aqui não há regras, apenas orientações e partilha do génio criativo que reside em todos nós".

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