África…Terra Nova - XXVII
Hoje em mais uma edição do "África…Terra Nova", o professor António Batel Anjo fala sobre o Dia da Terra, o ano da Fitossanidade e o virus.
Mãe Terra, Fitossanidade e o Vírus
"Mãe Terra é uma expressão comum em muitos países e regiões para identificar o planeta", diz a resolução de criação do Dia da Terra. Segundo este documento, esta expressão salienta a relação de conexão entre os seres humanos, o planeta e demais seres vivos.As mudanças climáticas e o desenvolvimento económico sustentável são alguns dos principais desafios para as nações atualmente. O Dia da Terra é comemorado para nos lembrar que a Terra e os seus ecossistemas nos fornecem a qualidade de vida e o nosso sustento.
Por que o Dia da Terra é celebrado no dia 22 de abril?O Dia Internacional da Mãe Terra foi instituído pela Assembleia Geral da ONU em 2009. Contudo, a resolução de sua criação salienta que o Dia da Terra já era celebrado anualmente em muitos países.Em 1970, um senador americano teve a ideia de estabelecer uma data para criar consciência sobre os impactos da ação humana sobre a natureza e a importância de preservação do meio-ambiente.
Nos Estados Unidos, o primeiro Dia da Terra contou com a presença de 20 milhões de pessoas em protestos, palestras e debates. A pressão da sociedade civil foi suficiente para que, ao final do mesmo ano, o governo dos Estados Unidos criasse a Agência de Proteção Ambiental.
Dois anos depois, a consciência ambiental levantada pelo Dia da Terra teve ainda mais sucesso. A Conferência do Ambiente Humano da ONU, em Estocolmo, reconheceu a conexão entre o ser humano, demais espécies e o planeta, bem como a importância da preservação do meio-ambiente.Em 2016, o Dia da Terra foi escolhido como a data de abertura do período para assinaturas de ratificação do Acordo de Paris. Concluído no ano anterior, o texto prevê esforços globais conjuntos para combater as mudanças climáticas por meio de um desenvolvimento sustentável.
O Dia da Terra comemora-se no Ano da Fitossanidade. A assembleia geral da ONU aprovou, em Dezembro, uma resolução que proclamou 2020 como o Ano Internacional da Fitossanidade. E cá estamos em 2020. E foi já em 14 de Dezembro de 2019 que entrou em vigor um conjunto de regras rigorosas para uma melhor protecção contra pragas vegetais.
Os vegetais e produtos vegetais são a base para a alimentação humana e animal. São também parte da paisagem em que vivemos. Percebe-se, por isso, que às pragas vegetais seja associado um enorme potencial devastador dos ecossistemas terrestres.Actualmente cerca de 40% da produção global de alimentos perde-se devido a pragas e doenças das plantas.
Há que reconhecer a importância da protecção fitossanitária no combate à fome, na redução da pobreza, na protecção do ambiente e no desenvolvimento económico, ou seja, há que reconhecer o seu contributo para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e alcance dos seus Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Na era da globalização e num contexto de alterações climáticas, a rapidez com que pessoas e bens – incluindo plantas – se movimentam entre países e continentes e a probabilidade de emergência de novas e mais agressivas pragas em regiões improváveis, justifica que se elevem os níveis de alerta, aumentem as acções de prevenção e reforcem as medidas de precaução e segurança, isto é, que sejam estabelecidas regras mais firmes no que à protecção fitossanitária respeita.
Mas houve um vírus que intrometeu no meio de tudo isto. Não sei quais são os benefícios para a Terra e para as Plantas, mas respira-se melhor nesta Terra. Por quanto tempo? E quais serão as consequências para as pessoas mais pobres desta nossa Mãe Terra?
Magoei os pés no chão onde nasci.Cilícios de raivosa hostilidadeAbriram golpes na fragilidadeDe criaturaQue não pude deixar de ser um dia.Com lágrimas de pasmo e de amarguraPaguei à terra o pão que lhe pedia.Comprei a consciência de que souHomem de trocas com a natureza.Fera sentada à mesaDepois de ter escoado o coraçãoNa incertezaDe comer o suor que semeou,Varejou,E, dobrada de lírica tristeza,Carregou.
Miguel Torga
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Música
Zahara, é uma cantora e compositora sul-africana. Uma voz inspiradora e que nos conforta...
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Episódios
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Sinopse:
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ImagemAfrica…Terra Nova - VII23.10.2019Ouvir
Nesta edição o Professor António Batel convida Denise Maria Malauene, Coordenadora Nacional do Instituto das Variedades da Democracia, uma rede internacional de académicos e investigadores preocupados com a monitorização da democracia em todo o mundo. Ocupa cargos de ensino e de investigação na Universidade Eduardo Mondlane, na Universidade Nachingwea e na Universidade de Minnesota, nas áreas de História, Estudos de Migração, Educação e Análise de Políticas Públicas.