África…Terra Nova - XLIX

Imagem
África…Terra Nova - XLIX
24.09.2020

Em mais uma edição do África…Terra Nova", hoje o professor António Batel Anjo fala sobre a melhor Escola.

A melhor Escola é aquela em que se ensina a aprender

(este foi o tema de um seminário do Observador, ontem 23 de setembro de 2020)

A rápida mudança que nos foi imposta, que de tão rápida não nos permite prever quais são as tecnologias em ascensão que farão parte do futuro, obrigou a alterar os paradigmas de ensino e de aprendizagem. 

Desde logo, traz à tona conceitos como a autonomia e a auto-regulação das aprendizagens que não se encontravam presentes no ensino tradicional. Sendo que os alunos não precisam apenas de conhecimentos, mas também de atitudes e valores para construírem o seu próprio saber. 

A educação não pode ter mais uma abordagem simples e directa sobre a transferência de conhecimento explícito entre gerações. De acordo com relatório “OECD 2030 Future of Education and Skills Project”, precisamos substituir os antigos padrões de educação por uma estrutura que combine o conhecimento com as competências, principalmente a criatividade, o pensamento crítico, a comunicação e o trabalho colaborativo. 

Na verdade, nada disto será alcançado digitalizando as velhas sebentas ou transferindo as aulas do quadro de ardósia para uma plataforma de comunicação digital. Temos que transformar radicalmente a maneira como ensinamos e adquirimos as competências científicas e tecnológicas. 

Qual é o caminho para as tecnologias como auxiliares do processo de ensino-aprendizagem? Temos que perceber muito bem qual é a relação entre as TI e o ensino experimental das ciências. São questões que merecem um profundo debate.

No entanto, na maioria dos países a educação continua a ser oferecida da mesma forma. Em países em desenvolvimento a situação é bem pior, pois nem sequer a disseminação das tecnologias foi verdadeiramente alcançada. Um dos maiores problemas é que o ambiente que rodeia a Educação é justamente um dos que mais tem necessidade de se renovar para se tornar inclusivo, justo e equitativo. Em países como Moçambique, com um vasto território e uma enorme dispersão, as tecnologias podem ser um auxiliar para levar a educação a locais quase inacessíveis.

Os conteúdos digitais trazem novos desafios à gestão das escolas, da educação e a todos que financiam a educação.

A educação digital aponta novos paradigmas pedagógicos e de gestão ao utilizar os meios tecnológicos, frequentemente aliados à adopção de processos mais dinâmicos de gerir e aprender. Não existe um modelo para a utilização da educação digital ou um conjunto de pilares e características que nos permita uma definição mais detalhada. Acaba por ficar tudo nas mãos das instituições para encontrarem uma fórmula que acreditam ser mais adequada para promover a formação, a gestão e o ensino de qualidade, aproveitando todos os benefícios das soluções tecnológicas.

Neste mundo conectado pelas tecnologias vão-se encurtando as distâncias, mas ao mesmo tempo vão-se estabelecendo cada vez mais desigualdades entre países tecnologicamente menos evoluídos e com uma educação a precisar de muitas reformas.

As novas gerações incorporam ferramentas digitais colaborativas na gestão da sua comunicação remota. Os conteúdos digitais são processos de aprendizagem que estão a fazer o seu caminho junto com a digitalização da comunicação, da informação e das mudanças de comportamento. As possibilidades desse universo digital são tão grandes quanto a criatividade de quem as utiliza.

Muitos dos problemas resultantes da crise do COVID-19 têm na sua raiz a cultura científica. A necessidade imediata e global de compreender a ciência face à pandemia nunca foi tão urgente. Até alguns meses atrás a maioria das pessoas não se lembrava da diferença entre vírus e bactéria, antígeno e anticorpo ou crescimento linear e exponencial. 

Esses são conceitos que os alunos aprendem em biologia e matemática, mas pouco são os que alguma vez os relacionaram com a vida real. Agora estes conceitos preenchem as páginas de todos os jornais. 

Segundo a UNESCO, “para um país atender às necessidades básicas do seu povo, o ensino das ciências é um imperativo estratégico”. No entanto existem desigualdades e, mais preocupante, ainda, vão-se agravar em países em desenvolvimento. 

Existem desigualdades quando se trata de educação STEM, a falta de conectividade, a falta de laboratórios e sobretudo as limitações dos professores faz com que a aprendizagem se degrade com o passar do tempo. A outra questão não menos importante, para Moçambique por exemplo, é o facto de os pais e encarregados de educação não dominarem a língua de ensino.

----------------------------------------

Música

340 ml - São quatro jovens de Maputo que desde 2000 fazem música juntos em Joanesburg.

https://www.youtube.com/watch?v=zeUxzYbQQSo

 

Imagem
Conversas da Manhã
Autor
Maria João Azevedo
Horário10:00às09:40

Episódios

  • Imagem
    SIRICAIA - “Família Fandango”
    SIRICAIA - “Família Fandango”
    25.03.2022

    Os Siricaia, dupla composta por Susie Filipe (percussão e voz), e Vítor Hugo (voz e guitarra), vão apresentar o concerto que encerra a digressão “Família Fandango” este sábado no Teatro Aveirense. E o resto da família também vai estar presente nesta celebração: Carlos Lázaro, Gonçalo Lemos, Freddy Strings e Chefe Silva.

    Ouvir
  • Imagem
    Aveiro a compostar - Ep 28 As pessoas que Compostam, serão mais felizes?
    Aveiro a compostar - Ep 28 As pessoas que Compostam, serão mais felizes?
    25.03.2022

    Hoje a Mónica Monteiro fala sobre o Dia da Felicidade, da Floresta da Água. Será que Compostar pode ajudar a poupar água? E as pessoas que Compostam, serão mais felizes?

    Vamos aprender a compostar? O que vais ouvir? Tudo sobre Cultivar - Comer - Compostar

    Dúvidas mais correntes, Dicas, Histórias da nossa experiência!

    Contamos contigo!

    Ouvir
  • Imagem
    Cáritas Gafanha da Nazaré Ep.90 8ºC
    Cáritas Gafanha da Nazaré Ep.90 8ºC
    25.03.2022

    Pedro Monteiro da Cáritas Paroquial da Gafanha da Nazaré renova o apelo à ajuda de todos, para que ninguém passe fome na Gafanha da Nazaré. 

    A escolha das músicas é feita pelos alunos do 8º C da Escola Básica da Gafanha da Nazaré, inserida na rubrica "Partilhar Música".

    Ouvir
  • Imagem
    V Encontro Nacional dos Grupos Promotores da Mobilidade Urbana em Bicicleta
    V Encontro Nacional dos Grupos Promotores da Mobilidade Urbana em Bicicleta
    24.03.2022

    Maria Miguel Galhardo da Ciclaveiro divide informações sobre o V Encontro Nacional dos Grupos Promotores da Mobilidade Urbana em Bicicleta.

     

    No próximo fim-de-semana (25 a 27 março) a Ciclaveiro vai receber os participantes do V Encontro Nacional dos Grupos Promotores da Mobilidade Urbana em Bicicleta que reunirá cerca de 60 pessoas de todo o país.

    Ouvir