África…Terra Nova - XIV

Imagem
África…Terra Nova - XIV
23.01.2020

Mais uma edição com o Professor António Batel Anjo do "África…Terra Nova" que hoje nos fala sobre a questão da "imitação académica".

Nas últimas décadas, a teoria de desenvolvimento das competências de Amartya Sen, como forma de desenvolvimento do capital humano, tornou-se dominante no discurso do desenvolvimento. Desafia as teorias ortodoxas do desenvolvimento, como crescimento económico, dependência e comércio.

Consequentemente, os governos africanos demonstraram interesse em estabelecer ou permitir que empreendedores privados criem universidades e outras instituições de ensino superior. Esses esforços têm como objetivo principal fornecer à população um meio formal de adquirir novas competências, conhecimentos, aptidões e disposições, expandindo ou aprimorando as suas capacidades. As competências são consideradas os verdadeiros motores do crescimento económico, redução da pobreza e melhoria geral do bem-estar social.

No entanto, a prática de imitação académica nas universidades africanas constitui um obstáculo para expandir ou aprimorar as capacidades dos alunos e a adaptação académica é uma abordagem mais eficaz?

A grande maioria das universidades africanas, e outras instituições de ensino superior, imitam com alto grau de exatidão os objectivos do currículo académico, o conteúdo, as abordagens de avaliação e os materiais de aprendizagem das universidades ocidentais.

A imitação ocorre em todas as áreas das ciências naturais, ciências sociais, humanidades, gestão até à tecnologia. Não são apenas as universidades ocidentais as culpadas de imitação académica. As universidades africanas pós-coloniais são igualmente culpadas.

A imitação académica é guiada pelas seguintes perguntas: Quais são os nomes das disciplinas oferecidas nas universidades ocidentais? Quais cursos são oferecidos nessas disciplinas? Quais livros didácticos e outros recursos de aprendizagem são usados ​​nesses cursos e como eles podem ser obtidos?

Essa imitação académica destrói a criatividade e as perspectivas de produção de currículos e pedagogias inovadores. Também leva à importação de programas e percursos académicos que são extremamente irrelevantes para o desenvolvimento, expansão ou aprimoramento das capacidades dos alunos.

A imitação académica tem a tendência de ignorar as prioridades locais. Isso ocorre porque os cursos importados foram originalmente projectados sem a devida consideração pela sociedade africana e pela economia africana. Por outras palavras, os cursos importados das universidades ocidentais não são universalmente aplicáveis.

Texto adaptado de:“African universities – Imitation or adaptation?”Eric Fredua-Kwarteng, 12 December 2019https://www.universityworldnews.com/post.php?story=20191210152711186      

**********************************************

Proposta Musical:  

Um coro fantástico… A cantar num sitio igualmente fantástico: o Cradle of Humankind, um cover de Ndlovu Youth Choir - Ed Sheeran, Shape Of You:

https://www.youtube.com/watch?v=JjV36ub5ybI

 

Imagem
Conversas da Manhã
Autor
Maria João Azevedo
Horário10:00às09:40

Episódios

  • Imagem
    Sérgio Salústio - Bosch no Techdays
    Sérgio Salústio - Bosch no Techdays
    09.10.2017

    Sérgio Salústio do núcleo de investigação e desenvolvimento da Bosch em Aveiro, fala sobre a tecnologia que a empresa vai apresentar no Techdays, nos dias 12, 13 e 14 de Outubro!

    Mais info AQUI!

    Ouvir
  • Imagem
    SUMA “Faz Figura” com Ângela Vieira
    SUMA “Faz Figura” com Ângela Vieira
    06.10.2017

    Arranca em Ílhavo a campanha SUMA “Faz Figura” que pretende transmitir a importância da adoção de comportamentos de urbanidade.

    Ângela Vieira da SUMA fala desta campanha, e das figurinhas tristes que fazem, não as crianças, mas muitos adultos que se negam a reciclar...

    Ouvir
  • Imagem
    TECHDAYS Aveiro - Vasco Lagarto TICE.PT
    TECHDAYS Aveiro - Vasco Lagarto TICE.PT
    06.10.2017

    A plataforma de concertação TICE.PT garante e promove as interfaces entre o mundo académico, representado por universidades e institutos de I&D, e o mundo dos negócios, representado pelos associados e também através de redes, em especial das PME, representado por suas associações.

    Vasco Lagarto director deste pólo fala sobre a importância do Techdays e de como a tecnologia é desenhada para servir a humanidade.

    Mais info AQUI!

    Ouvir