Africa…Terra Nova - VI
O Nobel de Economia 2019 premeia trio por estudos experimentais sobre a redução da pobreza.
António Batel Anjo15 de Outubro de 2019(Osuwela)
Prémio Nobel da Economia foi atribuído a três investigadores pelo trabalho "experimental" de medidas de luta contra a pobreza. Talvez não exista uma resposta global o combate à pobreza e a resposta a este flagelo passa por pequenos passos aplicados a populações com características e condições concretas. No entanto, acredita-se que a melhoria da qualidade da educação, da escola e da saúde infantil são factores importantes para um combate eficaz à pobreza.
O Banco da Suécia concede o prémio a Abhijit Banerjee (1961, Calcutá), Esther Duflo (1972, Paris) e Michael Kremer (1964), os dois primeiros são professores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e o terceiro lecciona na Universidade Harvard, pela sua contribuição no desenvolvimento de políticas e de incentivos no benefício das populações mais pobres.
“Encontrar formas de aliviar a pobreza é um dos maiores desafios da actualidade e estes três académicos fizeram contribuições decisivas às políticas e aos incentivos a serem aplicados”, diz o comité de atribuição do Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel.
O Banco da Suécia justificou a entrega destes prémios afirmando que mais de 700 milhões de pessoas subsistem com rendas extremamente baixas, a cada ano, cerca de cinco milhões de crianças com menos de cinco anos morrem por doenças que poderiam facilmente ser prevenidas ou curadas com tratamentos com custos irrisórios e metade das crianças do mundo abandona a escola apenas com competências básicas de leitura, escrita e aritmética.
Os três cientistas premiados este ano introduziram uma nova forma de dar respostas concretas à pobreza extrema em populações também concretas. Eles levantaram um conjunto de perguntas de investigação e desenvolveram um trabalho de campo que lhes permitiu chegar a conclusões de como melhorar os resultados da educação e saúde infantil.
Na década 90, do século passado, Michael Kremer testou medidas de combate ao insucesso escolar no Quénia e ao mesmo tempo deu um passo muito importante estabelecer a economia do desenvolvimento, é um dos ramos da economia que estuda como devem ser aplicados os incentivos (sejam privados ou públicos) económicos ao desenvolvimento dos países mais pobres e em desenvolvimento promovem o crescimento económico, através de mudanças estruturais para melhorar a vida das populações – saúde, educação e trabalho.
O trabalho pioneiro deste economista ajudou a criar um modelo para o sistema de ensino do Quénia procurando a resposta para esta pergunta: qual a eficácia das políticas públicas na melhoria da qualificação das crianças e da qualidade do ensino?
E chegaram à conclusão que tentar resolver o problema apenas com a injecção de mais e mais dinheiro nem sempre resolve estas questões. As experiências levadas a cabo resultaram que os incentivos para diminuir o absentismo das crianças e para um maior envolvimento dos professores é a chave para melhorar a qualidade de ensino.
Mais tarde, Abhijit Banerjee e Esther Duflo aplicaram o mesmo tipo de estudos na Índia e concluíram que obrigar as crianças a passarem mais tempo na escola não era uma forma eficaz de combater a pobreza. A solução passava por reformas que melhorassem a qualidade da escola no seu todo.
A metodologia dos estudos usados pelos três investigadores, em que a experimentação e o contacto directo com as populações, revela que a qualidade da escola está no centro do combate à pobreza, mas também, o facto de ter os instrumentos necessários para avaliar os resultados das medidas tomadas. Isto permite perceber o que correu ou que correu mal e corrigir as políticas de desenvolvimento. É um grande contributo para tornar estas políticas mais justas, mais equitativas, mais eficazes, controlando o desperdício e aumentando o seu impacto.
As experiências em que se baseiam estas conclusões não são uma resposta global à pobreza, mas são pequenos passos muito importantes.
....................................
Música: Zahara
A cantora e compositora Bulelwa Mkutukana (nascida em 9 de novembro de 1988), mais conhecida por seu nome artístico Zahara. Começou a cantar no grupo coral de sua escola aos seis anos de idade e nunca mais parou. Dona de uma voz forte e quente assenta muito bem nas manhãs da Terra Nova!
Este podcast tem áudios Registe-se para ouvir.
Episódios
-
ImagemOs destaques da Ficavouga 201930.07.2019Ouvir
António Coutinho, Presidente da CMSV apresenta os destaques da Ficavouga 2019!
Durante cinco dias, mais de 30 artistas e grupos locais vão dar música à FicaVouga, que regressa ao “Espaço Severi”, entre os dias 31 de julho e 4 de agosto.
Além do cartaz musical, há gastronomia, artesanato e atividades desportivas, culturais e pedagógicas para toda a família. Os D.A.M.A. (31/07), Sons do Minho (01/08), Piruka (02/08), Calema (03/08) e Ana Laíns, Mafalda Arnauth e Ricardo Azevedo (04/08) são os cabeça de cartaz. A entrada é gratuita.
-
ImagemXavier Simões - Só Notícias boas! VI29.07.2019Ouvir
O jovem Xavier Simões partilha com todos os ouvintes apenas Notícias Positivas vindas do mundo inteiro!
-
ImagemXavier Simões - Só Notícias boas! V26.07.2019Ouvir
O jovem Xavier Simões partilha com todos os ouvintes apenas Notícias Positivas vindas do mundo inteiro!
-
ImagemChinchada na Gafanha da Encarnação26.07.2019Ouvir
Sérgio Magueta fala do evento cultural (e ancestral) a Chinchada que vai acontecer este domingo, a sul da Bruxa, na Gafanha da Encarnação. Serão recolhidos donativos para ajudar os animais abandonados da Gafanha!
-
ImagemMARIA - VI26.07.2019Ouvir
Hoje com Paulo Ramalheira vamos falar sobre o novo Embaixador do MARIA - MOVIMENTO DOS AMIGOS DA RIA DE AVEIRO, Manuel Assunção, ex-reitor da Universidade da Aveiro, do Desassoreamento da Ria de Aveiro e dos eventos que se aproximam.