África…Terra Nova - LXXXII
Mais uma edição do África…Terra Nova" com o professor António Batel Anjo.
Dia de África
A 25 de maio tem lugar a evocação por todo o mundo e particularmente pelo continente africano do Dia de África. A efeméride está associada à data em que foi criada a OUA- Organização de Unidade Africana, em 1963, hoje UA-União Africana.
É útil termos presente que, nesse, ano o mundo estava dividido em dois blocos antagónicos, desenrolando-se uma guerra fria na Europa que veio a dar lugar à construção do muro de Berlim, enquanto em África se passaram a desenvolver guerras quentes por interpostos agentes. O primeiro país da África negra a descolonizar foi o Gana com o Presidente Kwame N´Krumah. O facto do início dos processos de descolonização em África terem ocorrido sob o pano de fundo de um mundo dividido e influenciado por potências antagónicas, USA e ex URSS, cedo conduziu ao exacerbamento de conflitos no continente africano apesar do apelo dos líderes africanos à unidade dele.
Durante um longo período essa conflitualidade persistiu, de par com o ciclo vicioso da pobreza, de tal forma que as próprias independências dos países de língua oficial portuguesa com o consequente reconhecimento da potência colonizadora, Portugal, só foram possíveis em 1975 após a mudança do regime politico determinado pela revolução de 25 de Abril de 1974.
Mais tarde foram criadas condições para o desmantelamento do regime do apartheid na África do Sul, para a independência da Namíbia e para a criação de um regime de maioria no Zimbabwe e com a implosão de um dos polos da bipolaridade, no caso da ex URSS, as generalidades dos países africanos passaram a realizar eleições livres na base do princípio de que a um homem corresponde um voto.
Como é sabido a queda da bipolaridade deu causa à globalização, incentivando ao livre comércio multilateral e à livre circulação de pessoas e bens, institucionalizando numa primeira fase a unipolaridade, que evoluiu para a multilateralidade, que é a que estamos a viver, sob a recomposição de uma nova realidade geoestratégica e geopolítica.
Infelizmente muitos dos males que não possibilitaram o rompimento do ciclo vicioso da pobreza em África logo após as independências persistem, nomeadamente a fraquíssima poupança indispensável ao investimento, a corrupção, a ausência de planeamento inclusive o familiar, para não falar na radicalização de certas religiões ecuménicas e os seus efeitos, bem como as debilidades de outras respostas estratégicas no plano da diversificação das economias.
O combate à Covid-19 tem vindo a vulnerabilizar ainda mais os recursos necessários em África ao reforço a um novo modelo de desenvolvimento, razão bastante para que se devam multiplicar os bons exemplos da boa governação, que felizmente existem em alguns países africanos, salvaguardando os direitos humanos, o que não prejudica que o apelo do Secretário-geral da ONU, António Guterres, quanto ao perdão da dívida não assuma por isso, e agora, uma enorme importância.
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Primeira Música
https://www.youtube.com/watch?v=2eLLCwbITbY
(Bakhil ft Hortêncio Langa- Moçambique)
Segunda Música
https://www.youtube.com/watch?v=fgu9ZPTtzZ8&list=RDfgu9ZPTtzZ8&start_radio=1&rv=fgu9ZPTtzZ8&t=0
Gerilson Insrael - Africana (Official Video)
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Episódios
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3ª edição das cicloficinas da Ciclaveiro08.07.2015Ouvir
Nesta conversa ficamos a saber mais sobre a Cicloficina (https://www.facebook.com/events/834326126643109/) e sobre o 1º Aveiro City Bike Experience (https://www.facebook.com/events/714885231973540/), actividades organizadas pela Ciclaveiro.
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Patinho Feio08.07.2015Ouvir
Os Patinho Feio passaram pela Rádio TerraNova para falarem de si e da sua atuação no Marolas 2015.
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Amarra ao Cais23.06.2015Ouvir
À conversa com António Mortágua Soares sobre a o clube Amarra ao Cais Natação.
https://www.facebook.com/amarraaocais.natacao?fref=ts
http://www.amarra-ao-cais.pt/index.php
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Filipa Peres - A107.05.2015Ouvir
Entrevista à bailarina, professora e directora artística Filipa Peres sobre o espectáculo A1 que sobe ao palco do Estaleiro Teatral de Aveiro, dias 8 e 9 de Maio. É interpretado por quatro bailarinos: Ana Teixeira, Claudinei Garcia, Nuno Gordo e Filipa Peres.