África…Terra Nova - CVII Poluição dos rios por medicamentos
Mais uma edição de África…Terra Nova" com o professor António Batel Anjo.
Poluição dos rios por medicamentos
Primeira Música: https://www.youtube.com/watch?v=HZ96oN5ouZ0
Um estudo recente de uma equipa de cientistas do Reino Unido concluiu que a poluição dos rios do mundo por medicamentos e produtos farmacêuticos representa uma "ameaça à saúde ambiental e global". Os cientistas temem que o aumento da presença de antibióticos possa limitar a sua eficácia.
A nova investigação, levada a cabo pela Universidade de York (Reino Unido) e que está entre as mais extensas realizadas à escala global, detetou a presença de paracetamol, nicotina, cafeína e medicamentos para epilepsia e diabetes em rios de todo o mundo, com destaque para os do Paquistão, Bolívia, Etiópia, Nigéria e África do Sul, entre os mais poluídos do planeta por produtos farmacêuticos. Os rios da Islândia, da Noruega e da floresta amazónica estão, por outro lado, na lista dos menos poluídos.
Publicado integralmente na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences", o estudo, no âmbito do qual foram recolhidas amostras de água em mais de mil locais de mais de 100 países, verificou que mais de um quarto dos 258 rios da amostra tinham os chamados "ingredientes farmacêuticos ativos" presentes em nível considerado inseguro para organismos aquáticos. Embora o impacto de muitos desses compostos nos rios ainda seja amplamente desconhecido, já está estudado que, por exemplo, contracetivos dissolvidos podem afetar o desenvolvimento e a reprodução dos peixes.
Os dois medicamentos mais frequentemente detetados foram a carbamazepina, usada para tratar a epilepsia e dores nos nervos, e a metformina, usada para tratar a diabetes. Também foram encontradas altas concentrações de cafeína (presente no café) e nicotina (nos cigarros), além do analgésico paracetamol (por exemplo, no ben-u-ron). Em África, a artemisinina, que é usada no tratamento da malária, também foi encontrada em altas concentrações.
O estudo nota que o aumento da presença de antibióticos nos rios também pode levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes, prejudicando a eficácia dos medicamentos e representando "uma ameaça global ao meio ambiente e à saúde global".
Como a maior concentração de poluição de produtos farmacêuticos foi encontrada nos países mais pobres, com má gestão de águas residuais e redes de esgoto, são as populações mais vulneráveis e com menos acesso aos cuidados de saúde a ficarem mais expostas a riscos
Segunda Música: https://www.youtube.com/watch?v=L2uXik6GdC4
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