Reciclar carbono (parte 2)
A semana passada falámos-lhe do biochar, e contámos-lhe que este material permite reciclar carbono. Hoje vamos explicar melhor. O biochar é um material obtido por pirólise de resíduos orgânicos biodegradáveis ou resíduos florestais. A pirólise é uma espécie de combustão, mas feita sem ar nem chama. O biochar resultante é muito poroso e rico em carbono e compostos químicos úteis para a agricultura. Por esta razão, o biochar tem sido aplicado no solo para fornecer nutrientes às plantas, mas também para aumentar a retenção de água, podendo até diminuir a necessidade de rega em mais de 80%.
Além disso, o biochar tem outras características com grande interesse ambiental. Como é um material rico em carbono que não se degrada com facilidade, aplicar biochar no solo é uma forma eficiente de sequestrar carbono e diminuir a emissão de gases com potencial de efeito de estufa. Há ainda outras aplicações muito recentes do biochar: a libertação controlada de fitofármacos no solo, a adsorção de contaminantes em solos, águas residuais e efluentes gasosos, ou ainda suporte físico para cultivar microrganismos com interesse biotecnológico e farmacêutico.
Uma última curiosidade: o interesse pelo biochar surgiu quando os cientistas constataram que alguns solos da Amazónia apresentavam grandes quantidades de material escuro – e assim lhes chamaram Terra preta. Com este material, os antigos povos daquelas regiões terão encontrado uma forma de melhorar a sua agricultura e prosperidade. Milhares de anos depois, cabe-nos tirar partido deste saber ancestral e usar a engenharia para fazer prosperar o nosso ambiente.
Por isso, não se esqueça que o carbono é vida. Respeite-o e tire partido dele!
Flávio Silva
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Episódios
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ImagemBiomassa – Energia Renovável I28.04.2019Ouvir
O aumento da população mundial, a melhoria das condições de vida e a crescente industrialização levaram a um enorme aumento de utilização de energia. Os recursos energéticos tradicionais são cada vez mais escassos e têm um grande impacto ambiental, nomeadamente pela emissão de poluentes atmosféricos responsáveis pelo aquecimento global
Por isso nos dias de hoje as energias renováveis são tão importantes, entre elas a energia produzida a partir da biomassa.
Mas afinal o que é a biomassa?
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ImagemA agricultura também emite poluentes para a atmosfera?21.04.2019Ouvir
Hoje em dia, investigadores, políticos e cidadãos em geral estão conscientes que a poluição atmosférica é um problema ambiental com riscos para a saúde humana. Também sabemos que o tráfego rodoviário e a indústria são os setores que mais contribuem para a poluição do ar, especialmente nos meios urbanos.
Mas serão estas as únicas fontes de poluição atmosférica relevantes? Será que a agricultura também emite poluentes para a atmosfera?
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ImagemCidades verdes14.04.2019Ouvir
Num mundo em mudança em que as questões ambientais estão na ordem do dia, e num mundo em que a maioria da população europeia vive e continuará a viver em áreas urbanas, à uma questão de base a que temos de dar resposta.
Em que tipo de cidade queremos nós viver?
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ImagemPorque nos preocupam os microplásticos nos sistemas aquáticos07.04.2019Ouvir
Os plásticos, em particular os microplásticos (partículas com dimensão inferior a 5 mm), são poluentes ubíquos e persistentes que constituem uma preocupação científica e social emergente. A sua elevada aplicação e uso, aliadas a uma gestão inadequada, contribuíram para a sua acumulação nos sistemas aquáticos, podendo atingir elevadas densidades. Os microplásticos, podendo-se apresentar em diversas cores e formas (como fibras, pellets e fragmentos), podem resultar da fragmentação de macroplásticos ou podem efetivamente ser produzidos com dimensão micro.
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ImagemQual o impacto dos incêndios na qualidade da água?31.03.2019Ouvir
Os incêndios florestais desempenham um papel importante na produção e mobilização de poluentes, os quais se encontram sobretudo associados às cinzas. Assim, promovida pela chuva, a entrada de cinzas em rios e albufeiras, poderá provocar efeitos tóxicos nas espécies que lá habitam e afetar as várias funções desempenhadas pelo ecossistema. Além disso, estes poluentes podem representar um risco preocupante para a saúde humana, quer pelo consumo de água, quer pelo consumo de peixe contaminado.