O Dia Mundial da Audição também merece palestra temática.
Os departamentos de Música e Saúde do M.Ou.Co. (Música e Outras Coisas) e de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (UA) dinamizam esta quarta, dia 8 de março, uma palestra dedicada à saúde auditiva dos profissionais de música.
A audiologista Katya Freire fala sobre o tema a propósito da data que se assinalou a 3 de Março.
M.Ou.Co. e Universidade de Aveiro calibram saúde auditiva dos músicos.
O complexo cultural que é ao mesmo tempo hotel com uma especial predileção pelo universo musical, dispõe de uma Clínica da Performance, que vai ao encontro das dores dos músicos, fundamentando-se em princípios da ergonomia e das ciências da performance.
Esta unidade, instalada na cidade do Porto, é coordenada por Flora Vezzá, especialista em Fisioterapia Preventiva e Ergonomia, membro do núcleo de Investigação & Desenvolvimento da Escola Superior de Saúde de Santa Maria, enquanto pesquisadora internacional convidada.
M.Ou.Co. é o acrónimo de Música e Outras Coisas. Localizado no coração da cidade Invicta, no Bonfim, é o primeiro hotel do País com um conceito multidisciplinar e dirigido para o mundo musical.
Com 41 estúdios e 21 quartos (repletos de evocações artísticas), restaurante, bar, piscina, esplanada e jardins, o complexo ocupa um total de cinco mil metros quadrados e assume-se como espaço cultural de eleição.
O foco na audição é um dos temas fundamentais na saúde dos músicos e da comunidade.
A exposição diária e continuada a níveis sonoros excessivos, fruto do desempenho profissional, coloca os músicos na linha da frente das pessoas com maior probabilidade de virem a desenvolver problemas auditivos.
Mas existem boas práticas que atenuam os riscos.
Na tribuna da iniciativa, que decorre no Auditório do Complexo de Ciências da Comunicação e Imagem da UA, a partir das 15h00, estará a especialista em audiologia Katya Freire, que é membro do Fórum Mundial de Audição da Organização Mundial de Saúde.
O diagnóstico, a prevenção e os cuidados auditivos que os músicos devem adotar, para se protegerem e garantirem - na peugada - a qualidade das suas performances, são as linhas de força da sessão.
O primeiro Relatório Mundial sobre Audição, lançado em 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estimava que um quarto da população global viverá com algum grau de perda auditiva em 2050, e que, a manter-se o atual cenário de prevenção e tratamento deste tipo de perda, pelo menos 700 milhões de pessoas precisarão de acesso a cuidados auditivos e outros serviços de reabilitação.
Na região europeia, a OMS considera que vivam atualmente 196 milhões de pessoas com um certo grau de deficiência auditiva.
Se mais nada se fizer para contrariar a tendência, serão 236 milhões em 2050.
Este quadro fez a OMS lançar um alerta. E além de enfatizar que mais de mil milhões de pessoas entre 12 e 35 anos correm o risco de perder a audição devido à exposição em excesso à música alta, a Organização lançou a Norma Mundial para uma Audição Segura em ambientes e eventos sonoros.