O Tribunal de Aveiro avança para as alegações finais no julgamento do suspeito da morte e desaparecimento de Mónica Silva.
Depois das portas fechadas ao público até esta fase, as alegações já poderão ser acompanhadas pela comunidade.
O caso que remonta a 3 Outubro de 2023 analisa provas sobre a eventual culpabilidade do principal suspeito do desaparecimento e provável morte da grávida da Murtosa.
Mónica Silva manteve relacionamento e engravidou e a acusação sustenta a tese de uma morte relacionada com a recusa de Fernando Valente assumir a paternidade e a intenção de evitar partilha de património.
As alegações finais arrancam esta manhã em tribunal de júri (três juízes de carreira e oito jurados).
Fernando Valente está acusado de homicídio qualificado, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa.
A relação amorosa com a vítima, de 33 anos, e que terá resultado numa gravidez desencadeou um caso que tem despertado o interesse da comunidade.
Ao longo de meses foram vários os locais de busca pelo corpo.
Fernando Valente viria a ser detido um mês depois do alerta do desaparecimento da mulher grávida de sete meses.
A acusação do Ministério Público assenta na tese de crime de homicídio na noite de 3 de Outubro de 2023 em apartamento na Torreira e desaparecimento do cadáver no dia seguinte em parte incerta.
Operações de limpeza e registo de comunicações móveis foram apresentados como elementos probatórios.
A defesa negou as acusações e procurou desfazer qualquer ligação entre relação amorosa, gravidez e o crime.
Chegou a mesmo a apostar na tese de encontro pontual com a mulher, sem caráter de relação duradoura, algo que a família de Mónica Silva (irmã, pais e filhos) quis contrariar com a apresentação de mensagens escritas entre os principais protagonistas da história.